Os erros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na elaboração da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) representam um "grande aprendizado" para o Brasil. A avaliação é da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que participou neste sábado (20) de entrevista coletiva determinada pela presidente Dilma Rousseff para prestar esclarecimentos sobre os problemas com a pesquisa. Um pouco mais cedo, na mesma entrevista, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, admitiu que a presidente Dilma Rousseff ficou "perplexa" com os erros.
"É um aprendizado grande para o país tudo isso que aconteceu, porque mostra que a avaliação de políticas públicas deve se focar em tendências. Todo mundo que se apegou a microvariações de 0,01 ponto para cima ou para baixo em um indicador, como o índice de Gini, errou também", disse Tereza. "O governo ficou chocado com este erro gravíssimo do IBGE. A presidente Dilma ficou perplexa. O erro foi muito grave mesmo", admitiu mais cedo Miriam Belchior.
A referência da ministra do Desenvolvimento Social envolvia a informação mais popular da Pnad: o índice de Gini a partir da renda do trabalho, que mede a concentração de renda. Quanto mais próximo de zero (0,0), menor é a desigualdade no país. Na versão da Pnad 2013, divulgada na quinta-feira (18), que continha falhas esse índice apresentou uma leve elevação da desigualdade no Brasil entre 2012 e 2013, passando de 0,496 para 0,498. Mas os dados estavam errados. No dia seguinte, sexta-feira (19), os dados corrigidos indicaram pequena queda na desigualdade, de 0,496, em 2012; para 0,495, em 2013.
"A tendência é de melhora da renda de todos os brasileiros. O Brasil continua melhorando apesar da crise internacional", defendeu a ministra do Desenvolvimento Social. Participaram da entrevista coletiva sobre os erros da Pnad, além de Tereza Campello e Miriam Belchior, os ministros da Educação, Henrique Paim; da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Néri; e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Traumann.