A escalada do dólar, que apesar da baixa desta sexta-feira (17) já acumula alta de mais de 10% no mês, deverá influenciar os reajustes de tarifas de energia elétrica de grandes distribuidoras a serem definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas próximas semanas. Segundo técnicos da Agência, os reajustes das empresas paulistas CPFL Piratininga e Bandeirante, na próxima semana, deverão ter um acréscimo de 1,5 ponto percentual devido a alta da moeda americana. Com o dólar permanecendo acima dos R$ 2 por um pouco mais de tempo, o mesmo impacto deverá ser percebido no reajuste da carioca Light, em novembro.
O repasse acontece porque boa parte das distribuidoras de energia do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País compra energia de Itaipu. A usina, por ser binacional (brasileira e paraguaia), tem sua tarifa estipulada em dólares (atualmente em US$ 23,00 por quilowatt). Isso significa que as distribuidoras que compram energia de Itaipu já estão pagando mais caro pelos megawatts que adquirem da hidrelétrica, mas terão de esperar a data dos reajustes para ter esse aumento de custo repassado aos seus clientes.
No caso da Bandeirante e da CPFL Piratininga, a diretoria da Aneel vota os reajustes na próxima terça-feira, dia 21, e as novas tarifas entrarão em vigor no dia 23 de outubro. Já a Light, que abastece a capital do Rio de Janeiro, terá uma nova tarifa a partir do dia 7 de novembro.
A Bandeirante abastece 1,3 milhão de unidades de consumo em 28 municípios paulistas, principalmente nas regiões do Alto Tietê e Vale do Paraíba. Já Piratininga leva energia a 1,2 milhão de unidades de consumo em 26 municípios da Baixada Santista e Oeste Paulista.
Os técnicos da Aneel que conversaram com o Grupo Estado disseram que é difícil calcular qual será o impacto do dólar nos reajustes a serem aplicados ao longo do ano que vem. Até porque não dá para saber se o dólar continuará nos patamares atuais. A próxima alteração nas tarifas da Eletropaulo, por exemplo, só será aplicada a partir do dia 4 de julho do ano que vem.
Outro caminho possível para o dólar influenciar as tarifas de energia é por meio do IGP-M. O índice inflacionário calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), usado no cálculo dos reajustes da conta de luz, é muito sensível às variações da moeda americana.
Mas, para o economista Heron do Carmo, ex-coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o impacto da alta do dólar no IGP-M tende a ser compensado pela queda dos preços internacionais das commodities, como o petróleo. "Proporcionalmente, a queda do petróleo foi mais expressiva do que a alta do dólar", disse.
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