A crise financeira internacional pode ter, como consequência, a redução da oferta de crédito no Brasil. Se o cenário se confirmar, na visão da presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, o financiamento da próxima safra brasileira poderá ficar comprometido.
As incertezas, no entanto, não afetam significativamente a expectativa de faturamento do agronegócio brasileiro para o próximo ano. De acordo com a CNA, em 2012, o setor deve faturar (bruto) R$ 318,4 bilhões, crescimento de quase 8% em relação a este ano, que registrou crescimento de 6,12% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, alcançando R$ 822,9 bilhões.
"O maior risco que vamos correr em 2012 é o de crédito para o setor, porque 65% da soja, do milho e dos grãos em geral são financiados pelas tradings [empresas de comércio exterior] e bancos com sede na Europa. Isso implicará risco de retração do crédito. Para plantar, precisaremos de R$ 174 bilhões [em créditos]", disse hoje (13) a presidenta da CNA.
O pessimismo não está restrito à Europa. "Estamos torcendo para que a China cresça, no mínimo, 8% em 2012. Mas sabemos da grave crise bancária que eles [os chineses] estão vivendo, após tantos empréstimos. Isso poderá afetar as importações [da China], já que é o destino de 19% de nossas exportações", disse. A CNA estima que a safra de grãos, no Brasil, pode aumentar em 7 milhões de toneladas no próximo ano-safra, na comparação com 2010/2011, podendo chegar a 170 milhões de toneladas.
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