A vacilante e desigual elevação na oferta de empregos está dificultando a recuperação geral da economia e o desemprego deve continuar próximo a níveis recordes neste ano, afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta terça-feira.
A situação é particularmente dura com os jovens, e cifras oficiais subestimam o verdadeiro número de desempregados, já que muita gente desiste de procurar trabalho, segundo a agência da ONU.
A avaliação foi divulgada na véspera da reunião anual de líderes políticos e empresariais no Fórum Mundial Econômico, em Davos (Suíça), cuja pauta deverá ser parcialmente ocupada pela questão da disparidade entre os países.
Apresentando o relatório "Tendências do Emprego Global 2011", o diretor-executivo da OIT, José Manuel Salazar-Xirinachs, disse que a recuperação do crescimento econômico perderá impulso neste ano. "Isso é parcialmente resultando dos efeitos deflacionários gerados pelo estado precário nos mercados de trabalho", disse ele em entrevista coletiva.
Em alguns países em desenvolvimento, como o Brasil, o desemprego já caiu abaixo dos níveis em que estavam antes da crise econômica global de 2008. Em muitas outras nações, no entanto, a tendência é de alta na desocupação.
A OIT prevê que o total de desempregados recue de 205 milhões em 2010 (6,2% da força global de trabalho) para 203,3 milhões (6,1%) neste ano.
Entre 2007 e 2010, o mundo ganhou 27,6 milhões de desempregados, segundo a OIT. Salazar-Xirinachs disse que "2011 provavelmente será o terceiro ano consecutivo com o desemprego global acima de 200 milhões de pessoas."
A ligeira redução no número de desempregados neste ano mascara o fato de que milhões de pessoas simplesmente desistiram de procurar emprego. A OIT estima, com base em dados de 56 países, que 1,7 milhão de jovens de 15 a 24 anos deixaram de entrar na força de trabalho, em relação ao que seria esperado com base nas tendências prévias à crise.
A OIT diz que o desemprego entre os jovens chega a 12,6%, enquanto para os adultos a taxa é de 4,8%. Em alguns países, o desemprego juvenil ronda 30-40%.
A entidade destaca também o fato de que países ricos respondem por 15,7 dos 27,6 milhões de desempregados agregados nos últimos anos, mas que nesses lugares existem mecanismos de proteção social em geral indisponíveis nas nações pobres.
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