O cenário para comprar um computador no Brasil nunca foi tão favorável. Após o incentivo do governo federal com o programa "Computador para todos", que oferece isenção fiscal para equipamentos de até R$ 2.500 e a leve recuperação da economia, ficou mais fácil adquirir o que pode ser considerado o item essencial da cesta básica de produtos tecnológicos.
Nunca se vendeu tanto micro quanto agora, e pela primeira vez marcas tradicionais (como HP/ Compaq, Lenovo, Dell, Itautec etc.) ganharam concorrentes agressivos, que infestaram o mercado com modelos que chegam a sair por R$ 600. Segundo a consultoria IDC, 2006 foi "o ano do PC" até outubro, foram vendidos no país nada menos que cinco milhões de computadores pessoais. Para o ano todo, a estimativa é de que o número chegue a 7,1 milhões, resultado 22,5% maior do que os 5,5 milhões de computadores comercializados em 2005. Os dados finais devem ser divulgados em fevereiro.
Ainda segundo a IDC, os preços baixos dos PCs populares e a disponibilidade de crédito oferecida por lojas de varejo como Casas Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza e outras estimularam o desenvolvimento de um mercado que, até então, era restrito. Há outro aspecto que contribuiu: o mercado pirata está perdendo força. Em 2005, o setor informal correspondia a 60% do bolo, contra 50% em 2006. Isso porque, diz a IDC, os consumidores preferem micros de fabricantes oficiais, com garantia e assistência técnica.
Ou seja, o que antes só era viável nas listas das classes média e alta, agora também começa a fazer parte dos planos (e até das compras) das classes sociais de renda inferior. Se você quer entrar para o clube dos PCs neste ano, aprenda as dicas básicas para fazer uma boa compra. Dá para comprar um pronto ou montar peça por peça, de acordo com suas necessidades. Lembre-se que é uma infinidade de peças, produzidas por diferentes fabricantes, o que resulta em uma diversidade de performances, marcas e valores dos produtos existentes no mercado. Por isso, é recomendável definir para quê vai servir o computador.
"Se a necessidade é acessar a internet ou digitar textos e planilhas eletrônicas, você não precisará desembolsar muito dinheiro. Por outro lado, se você necessita trabalhar com editoração de imagens, diagramação de livros e revistas, projetos de arquitetura ou deseja divertir-se com os últimos lançamentos em games, prepare-se para desembolsar um pouco mais", explica Joares Pereira, sócio-proprietário da loja Central Bureau de Serviços.
Passada esta etapa, resta verificar as peças disponíveis no mercado e comparar suas especificações e preços, para daí escolher pela melhor relação custo/benefício, já que os equipamentos recém-lançados costumam ter preços exorbitantes que diminuem muito em questão de poucos meses e nem sempre oferecem um desempenho muito diferente do que já está disponível há algum tempo. Um PC de configuração simples vai sair baratinho, enquanto outro cheio de recursos e pronto para rodar os mais novos lançamentos de software pode custar o "olho da cara".