Com Joaquim Levy no comando da equipe econômica, as contas públicas iniciaram o ano no azul. O Ministério da Fazenda informou ontem que o governo central (composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um superávit primário – economia para o pagamento de juros da dívida pública – de R$ 10,4 bilhões. O resultado, no entanto, representa uma queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o primário foi de R$ 13 bilhões. Esse é o pior número para o mês dos últimos seis anos e ficou abaixo da expectativa do mercado, de R$ 12,7 bilhões, segundo a agência Bloomberg.

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De acordo com relatório divulgado ontem pela Fazenda, as receitas da União somaram R$ 102,9 bilhões, o que representa uma queda de 0,2% sobre 2014. Já as despesas foram de R$ 92,5 bilhões e tiveram uma alta de 2,7% sobre o ano passado. Em dezembro, o esforço fiscal do governo central foi de apenas R$ 1,03 bilhão.

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A meta fiscal de 2015 está fixada em R$ 66,3 bilhões, ou 1,2 % do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Deste total, R$ 55,3 bilhões, ou 1% do PIB, cabem ao governo central. As contas de janeiro ainda sofrem reflexo das manobras que foram feitas pela equipe econômica anterior. Para tentar melhorar o resultado fiscal, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin adiou o pagamento de despesas.

Um exemplo disso está nos desembolsos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Os repasses para a CDE em janeiro somaram R$ 1,25 bilhão. Em dezembro do ano passado, esse valor foi de apenas R$ 207,7 milhões.

O pagamento de investimentos também se acelerou de dezembro para janeiro. No último mês de 2014, essas despesas acumularam R$ 3,92 bilhões. Já no primeiro mês de 2015, o valor chegou a R$ 7,68 bilhões. No entanto, o número representa uma queda de 30,8% em relação a janeiro de 2014.