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Lucio Pinto, da Jtekt: em 2010, empresa fará um de cada quatro sistemas de direção fabricados no país | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Lucio Pinto, da Jtekt: em 2010, empresa fará um de cada quatro sistemas de direção fabricados no país| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Direção elétrica

Sistema pode ser feito no Brasil

Usado em larga escala na Europa, no Japão e nos Estados Unidos, o sistema de direção elétrica está presente em apenas 8% dos carros vendidos no Brasil, e é necessariamente importado. Mas o sistema, mais eficiente que a direção mecânica (usada em 25% dos novos automóveis) e a hidráulica (67%), é uma das grandes apostas da Jtekt no Brasil – a companhia quer ser a primeira a produzi-lo no país. "A fábrica de São José foi concebida para fabricar o sistema elétrico. Já temos até a área reservada para ele", conta Lucio Pinto, diretor comercial e de engenharia da companhia no Mercosul.

Fabricante de sistemas hidráulicos e, em pequena escala, mecânicos, a subsidiária brasileira da Jtekt fabrica hoje parte do sistema elétrico usado no Toyota Corolla. A coluna elétrica de direção, no entanto, ainda vem do Japão. Para produzir o sistema completo, diz Lucio, basta o "ok" da matriz. "Com a crise, no fim de 2008, a direção da empresa, no Japão, postergou esse projeto. Hoje, a questão é apenas de quando ele será retomado, o que pode ocorrer a qualquer momento."

A direção elétrica, explica o executivo, é uma espécie de evolução do sistema hidráulico. Para o motorista, é tão confortável quanto; para o motor, é mais econômica. "A direção hidráulica tira energia do motor, pois precisa de correias para movimentar a bomba hidráulica. E exige uma porção de mangueiras, que tomam espaço e elevam o peso do veículo. A direção elétrica dispensa isso, o que representa um consumo de 2% a 3% menor de energia e, portanto, combustível." (FJ)

A contínua expansão do mercado automobilístico brasileiro e o fechamento de novos – e grandes – contratos tornaram a fábrica de Piraquara pequena demais para a multinacional japonesa Jtekt (pronuncia-se "jei-téct"). Sem autorização para ampliar sua unidade no município, onde estava instalada desde 1999, a fabricante de sistemas de direção se viu forçada a procurar outro lugar para crescer. Encontrou abrigo na vizinha São José dos Pinhais, também na Grande Curitiba, que já assiste à companhia bater recordes de produção e contratar dezenas de trabalhadores.

Construída em apenas nove meses, a nova fábrica consumiu investimentos de R$ 90 milhões, e neste ano receberá outros R$ 40 milhões. Com capacidade 60% maior que a de Piraquara, a unidade começou a operar em setembro e será inaugurada na próxima quinta-feira. Na antiga sede ainda funciona uma linha de montagem, que será transferida nos próximos dias, e o laboratório de testes, cuja mudança deve ocorrer até dezembro.

Município rico em mananciais, que abastecem Curitiba e região, Piraquara enfrenta dificuldades para atrair e manter indústrias, em razão da legislação ambiental cada vez mais restritiva. Não foi diferente com a Jtekt. Quando abriu a unidade no município, a empresa – então denominada Koyo Steering – tinha até reservado uma área para futura ampliação, mas, com o endurecimento das leis nos últimos anos, não conseguiu tirar a licença ambiental para ela.

"Trabalhamos em Piraquara o quanto foi possível. Mas, se continuássemos lá, não conseguiríamos atender às encomendas deste ano", explica o diretor comercial e de engenharia da Jtekt no Mercosul, Lucio Pinto. A empresa, que cresceu à taxa de 20% ao ano nos últimos dois anos, produziu 660 mil sistemas de direção em 2009. Com capacidade para 800 mil unidades anuais, a fábrica de Piraquara não seria capaz de suportar o volume estimado para 2010 – algo entre 850 mil e 900 mil sistemas, o que representa um aumento de até 36% no ano.

"Nossa previsão era de produzir 68,3 mil sistemas de direção em março. Mas terminamos o mês com 74,1 mil, algo que não seria possível na outra fábrica", conta o executivo. No processo de mudança, diz Lucio, a empresa procurou manter o maior número possível de funcionários de Piraquara. Mas a maior parte dos novos contratados é de São José. A companhia, que em dezembro empregava pouco mais de 300 pessoas, já tem 350 funcionários, e pretende contratar outros 100 até o fim deste ano.

O desempenho da Jtekt está vinculado ao das vendas de automóveis no país, que batem recordes há vários anos. Mas o diretor diz que ainda mais importantes foram os contratos fechados nos últimos anos, que garantiram à empresa preciosos ganhos de participação no mercado. "A empresa veio para o Paraná junto com as grandes montadoras, e seu principal cliente era a Renault. Aos poucos, foram surgindo novos projetos, com outras montadoras. Mas a Jtekt começou a tomar corpo mesmo a partir de 2006, quando venceu as concorrências para fabricar os sistemas de direção do novo Gol, da Volkswagen, e do Agile, da General Motors", explica Lucio. "Antes do Gol, respondíamos por 15% da produção nacional de sistemas de direção. No ano passado, fechamos em 22%. Neste ano, devemos chegar a 26% do mercado."

Entre os motivos para o avanço de quatro pontos porcentuais projetado para 2010, estão o incremento natural da produção do Agile – o veículo foi lançado apenas no último trimestre de 2009 – e o início do fornecimento para a Fiat, líder do mercado nacional de automóveis. "Vamos participar de um novo projeto da montadora, que ganhamos em 2008, e cuja produção começa no segundo semestre", revela o executivo. Além das montadoras já citadas, também constam do rol de clientes da Jtekt a Toyota, montadora que é sua principal acionista, e Peugeot/Citroën.

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