Para enfrentar a crise que ronda a Espanha, o primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou ontem um pacote de medidas que inclui a eliminação do subsídio por desemprego e a ajuda às pequenas e médias empresas. Além disso, o governo espanhol também planeja privatizar parte dos aeroportos e a loteria do país.
Para equilibrar o Orçamento, uma das opções do governo espanhol foi o corte de gastos envolvidos em programas sociais. O subsídio mínimo por desemprego (de 426 euros mensais) aprovado durante a crise para aqueles que esgotaram a possibilidade de receber o seguro-desemprego que tem duração máxima de dois anos não estará mais em vigor, segundo Zapatero. Atualmente, a Espanha registra índice de desemprego de quase 20%, o maior da zona do euro.
Para estimular a atividade econômica, o premiê socialista também anunciou reduções de impostos para as pequenas e médias empresas, assim como a ampliação do conceito de pequena empresa, o que deve beneficiar 40 mil companhias.
Já com o objetivo de aumentar o caixa, o governo procura investidores interessados nos aeroportos e no serviço de loterias do país. A privatização aeroportuária pode render até 30 bilhões de euros aos cofres públicos. A proposta do governo é que empresas privadas possam ter participação de até 49% na receita dos aeroportos. As empresas espanholas Ferrovial e o grupo de construção FCC já mostraram interesse pelo negócio.
O corte de gastos e o aumento no caixa têm como objetivo mostrar que o país está economicamente saudável e não precisa receber ajuda financeira da União Europeia e do FMI, como recentemente aconteceu com a Irlanda e com a Grécia. No entanto, os indicadores não demonstram tanta força. O PIB manteve-se estável no terceiro trimestre, após dois períodos de fraco crescimento, e o déficit público continua alto.
A dúvida sobre a solvência espanhola pode começar a se dissipar com o lançamento de títulos públicos no mercado. A demanda pelos papéis pode ajudar a dimensionar o nível de confiança dos investidores nas finanças públicas espanholas, e a emissão é considerada um teste-chave. Na semana passada, a ministra da Economia, Elena Salgado, disse que espera fazer até o fim do ano mais três ofertas de títulos.
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