O nível de risco soberano da Espanha disparou para um nível recorde na era do euro nesta terça-feira (29), com Madri anunciando a emissão de novos títulos para financiar a dívida que atingiu as regiões autônomas e com os bancos se esforçando para limpar empréstimos tóxicos.

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O prêmio da dívida - o retorno extra que os investidores exigem para comprar títulos espanhóis em detrimento dos títulos alemães, mais seguros - saltou para o recorde da era euro de 5,16 pontos percentuais.

Os mercados fraquejaram ante preocupações sobre o nível da dívida em poderosos governos regionais e em sinal de um sistema bancário sob estresse, forçado a obedecer a duras novas reformas.

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O governo espanhol disse que iria aprovar na sexta-feira a questão dos bônus conjuntos - os "hispanobônus" - por parte dos 17 governos regionais, de modo a tornar mais barato para eles o financiamento de suas dívidas.

O objetivo é reduzir a pressão sobre as regiões, que é frequentemente maior que a pressão sobre o Estado de uma maneira geral, com algumas regiões não sendo capazes de contrair empréstimos no mercado", disse um porta-voz do Ministério da Economia.

Os 17 governos regionais da Espanha têm sofrido uma queda das receitas fiscais e um aumento da dívida desde o colapso imobiliário de 2008 e estão lutando para pagar fornecedores.

A Moody's Investors Service alertou na semana passada sobre os desafios do déficit no país, ao mesmo tempo em que a agência rebaixou a nota de crédito para a Catalunha e outras três regiões: Múrcia, Andaluzia e Estremadura.

O presidente da Catalunha, Artur Mas, pediu na sexta-feira que o governo central aprovasse o uso dos hispanobônus, que seriam emitidos para todas as regiões e garantidos pelo Estado.

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Apenas a Catalunha soma déficit de pagamentos, incluindo custos de refinanciamento, da ordem de 13,48 bilhões de euros (US$ 17 bilhões) em 2012.

Os investidores também têm demonstrado profundas preocupações quanto aos esforços dos bancos em dificuldades para fortalecer seus balanços.

O governo este mês instruiu os bancos a reservar um extra de 30 bilhões de euros em 2012 para o caso de problemas com os bens relacionados a empréstimos, além dos 53,8 bilhões de euros exigidos para reformas decretado em fevereiro.

Três caixas de poupança espanholas - Ibercaja, Liberbank e Caja3 - anunciaram que votariam uma fusão no final do dia.

Outro credor, o Banco Popular, cuja dívida de longo prazo foi rebaixada pela Standard and Poor's na sexta-feira para o nível de "junk bonds" (bônus lixo), disse que estava tentando vender seu internet banking para obter capital.

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Os investidores expressaram preocupações depois que o governo conservador do primeiro-ministro Mariano Rajoy afirmou que estava considerando usar a captação obtida através da emissão de dívida soberana para injetar capital diretamente no Bankia, que foi recentemente nacionalizado.

O Bankia pediu na sexta-feira que o Estado injetasse 19 bilhões de euros para ajudar a instituição a cumprir as regras mais rigorosas de capital, além dos 4,465 bilhões de euros investidos pelo Estado no início deste mês.

A imprensa espanhola disse que outros bancos problemáticos poderiam precisar de outros 30 bilhões de euros.

Proporcionando um cenário sombrio, o Banco da Espanha emitiu um relatório prevendo que a recessão da Espanha, que começou no último trimestre de 2011, continuará pelo menos até o meio de 2012.

Os dados oficiais também mostraram que as vendas no varejo despencaram 9,8% em abril, a maior queda mensal desde que a série estatística começou em 2003.

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Apesar da crise, o governo da Espanha disse que está determinado a avançar com o programa de austeridade e reduzir o déficit para 3,0% em 2013, contra 8,9% no ano passado.

Contudo, "os recentes dados fiscais sugerem que a Grécia e a Espanha terão dificuldades em atingir suas previsões de déficit já em 2012, se não implementarem medidas extras de austeridade", disse um relatório da Capital Economics.