O novo governo de centro-direita da Espanha informou nesta sexta-feira (30) que elevará temporariamente alguns impostos, incluindo aqueles que incidem sobre grandes fortunas, como parte da tentativa de reduzir o déficit orçamentário que tem alimentado as preocupações dos investidores com a crise na zona do euro.
A estimativa do governo espanhol é de que o déficit público do país em 2011 ficará em 8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ante a meta oficial de 6 por cento.
A Espanha tem sofrido com a desconfiança do mercado sobre sua habilidade para controlar as finanças públicas, e Madri tem visto os seus prêmios de risco subirem para níveis recordes com o temor de contágio da crise de dívida na zona do euro.
A vice-primeira-ministra do país, Soraya Saenz, informou que o governo está cortando suas despesas em 8,9 bilhões de euros (11,5 bilhões de dólares) para enfrentar o déficit.
"Nós estamos encarando uma extraordinária e inesperada situação, que nos força a tomar extraordinárias e inesperadas medidas", afirmou ela.
Enquanto a gigantesca dívida da Itália venha sendo a principal preocupação nos mercados financeiros nos últimos meses, a Espanha tem sido vista com melhores olhos, apesar de ter registrado elevados custos de empréstimos.
Em seus primeiros decretos desde que venceu com maioria confortável as eleições de 20 de novembro, a vice-primeira-ministra disse ainda que o governo vai congelar salários de funcionários públicos como prévia das medidas de austeridade prometidas para convencer investidores de que pode colocar as finanças públicas em ordem.
Ela informou ainda que o governo congelará as tarifas de eletricidade no primeiro trimestre de 2012.
O novo ministro do Tesouro, Cristobal Montoro, informou ainda que o aumento dos impostos arrecadarão cerca de 6 bilhões de euros.