A Plaenge atua como um indivíduo cuidadoso com as contas. Não gasta mais do que tem, não faz grandes investimentos para não comprometer sua capacidade de cumprir prazos e compromissos. Sem alvoroço, mesmo inserida em um mercado de altos e baixos, a empresa é a maior construtora de capital fechado do país. Faturou R$ 850 milhões em 2012 e projeta um crescimento de 14% neste ano.
"A gente sabe que com planejamento tudo acontece de um jeito melhor. Por isso, vamos subindo um degrau de cada vez", explica, de forma modesta, Fernando Fabian, filho do fundador da empresa e um dos atuais diretores. Para o grupo, planejar é tão importante que a palavra foi parar até no nome da empresa: Plaenge é a junção das palavras planejamento e engenharia.
O Grupo Plaenge começou com construções residenciais e, já nos primeiros anos de vida, foi escolhida para levantar uma fábrica da Coca-Cola em Cambé, no Norte do estado. O grupo atua com as marcas Plaenge, para o público "premium", e Vanguard Home, focada no comprador do primeiro imóvel. Fazem parte da família ainda a Emisa, que atua no setor de construção industrial, e a Geo Energética, empresa de produção de energia por meio de resíduo da produção da cana-de-açúcar.
"Ao longo dos anos a gente foi percebendo como era importante planejar para não correr riscos e não gerar esses mesmos riscos ao cliente. Então, nós nos preocupamos com a formação da equipe de vendas, com o cumprimento de prazos, com o seguimento de regras na construção", enumera o diretor.
A Plaenge tem perfil financeiro conservador. Trabalha com capital próprio e, enquanto outras 20 construtoras abriram capital na bolsa entre 2007 e 2010, época de "vacas gordas" para a construção civil , a empresa londrinense preferiu manter os pés no chão. "O ciclo da construção é longo, de pelo menos 30 meses. Nós buscamos estabilidade e não teríamos isso caso optássemos por abrir capital", explica Fabian.
"Essa escolha permite que a gente se sinta em uma fortaleza mesmo nos momentos ruins", resume. Fabian explica que, de fato, a filosofia da empresa é essa: manter-se animado mesmo em situações desfavoráveis, levando em conta que o mercado imobiliário e que a economia como um todo tem altos e baixos.
Internacionalização da companhia começou em 2002
A marca registrada do P de Plaenge, no alto de prédios de médio e alto padrão, não está apenas em cidade brasileiras do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Chegou também a Temuco, no Chile.
A internacionalização da empresa nasceu de uma atividade corriqueira dos diretores: todos gostam e fazem questão de viajar para vários países, em feiras de inovação e construção. "Assim, conseguimos acompanhar o que acontece lá fora, qual é a tendência, quais tecnologias estão sendo usadas. Foi numa dessas viagens que tivemos contato com em investidor chileno", conta Fernando Fabian, um dos diretores da empresa.
A parceria começou em 2002 e, desde então, já foram mais de 800 unidades residenciais entregues. Alguns empreendimentos foram construídos em parceria com empresários chilenos, mas desde 2009 a empresa constrói sozinha. "A gente gostou da experiência e decidiu expandir as operações. A economia do Chile está propícia e o mercado é bastante favorável. Agora que já conhecemos a realidade do país e estamos seguros, podemos ir em frente", conta, seguro. O grupo tem atuação também na Venezuela, em algumas construções industriais.