Com 62 anos de fundação, a Agrária Agroindustrial é hoje uma das maiores cooperativas do Paraná e se destaca pelo foco na verticalização de sua produção, ou seja, na busca por maior valor agregado com base no processamento industrial do que os cooperados cultivam no campo.
No caso da Agrária, a busca é feita com atenção ao controle de qualidade e à tecnologia requisitos básicos para quem produz localmente, gerando cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, mas também é um player mundial do agronegócio.
"Com a verticalização [industrialização e pesquisa] aproveitamos melhor a estrutura existente, integramos as atividades e diluímos riscos, ao não concentrar nosso trabalho em um único produto ou mesmo um único mercado [interno ou externo]", explica o presidente da cooperativa, Jorge Karl.
A cooperativa processa soja (fazendo farelo e óleo), trigo (farelo e farinha) e cevada (malte), além de produzir ração para os animais de uma clientela localizada em um raio de 200 quilômetros do distrito de Entre Rios, em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná. Há também projetos para o processamento de mais uma cultura, a do milho.
Malte
Embora o campo ainda se destaque na cooperativa em termos de volume de produção, é o malte o carro-chefe da industrialização e do faturamento, que atingiu R$ 2,1 bilhões em 2012 o quinto entre as cooperativas do Paraná.
A maltaria da Agrária, a Agromalte, fornece mais de 20% do malte usado pelas cervejarias brasileiras, com uma particularidade: a cooperativa é a única fornecedora do país a dominar toda a cadeia do produto, das sementes de cevada à produção do malte. Tudo acompanhado pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária e pelo laboratório da cooperativa.
São os técnicos dessas unidades de pesquisa que determinam as melhores sementes para o plantio e controlam a qualidade e o rendimento de cada lote na industrialização. "São os grãos de cevada mais graúdos os preferidos para a produção do malte. Aqui no laboratório, os lotes são classificados em três categorias. Os menores são encaminhados para nossa unidade de ração animal", explica a coordenadora do Laboratório Central, Márcia Arruda.
O trabalho repetitivo cada uma das quatro variedades de cevada usadas pela cooperativa passa por 76 análises durante a malteação é que garante que clientes como a marca Budweiser recebam o malte com as características que encomendaram.
A cooperativa produziu 220,5 mil toneladas de malte em 2012 e trabalha para ampliar o número. No campo, a previsão para a área plantada de cevada cresceu cerca de 2 mil hectares, nesta safra, para 37 mil hectares. O plano é construir a terceira torre de produção de malte a partir do ano que vem. Para o primeiro semestre de 2014, a Agrária quer inaugurar uma cervejaria experimental, para testar o resultado final de novas variedades de cevada.
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