Se hoje é comum comer cachorro-quente em diversas esquinas de Curitiba, muito disso se deve ao radialista Luiz Gonzaga Brecailo, fundador do Au-Au, que popularizou a famosa vina na capital. A rede de lanchonetes, fundada em 1974, começou com um carrinho de cachorro-quente e hoje já rompe a fronteira brasileira: desde o ano passado a empresa está no Paraguai.
Chegar a esse momento de expansão internacional não foi fácil. Tudo começou na década de 1970, quando o radialista de Londrina viajou ao Rio de Janeiro e reparou que por todo o lado havia trailers que vendiam lanches. Percebeu ali uma oportunidade, porque o modelo era inédito em Curitiba. Resolveu investir no formato e em 1974 o primeiro carrinho de cachorro-quente saía às ruas da cidade.
Em pouco tempo, 25 barraquinhas se posicionavam em locais estratégicos da capital. Na década de 1980, entretanto, uma lei municipal que proibia o comércio de alimentos em carrinhos veio como um baque para o negócio. Poderia ser o fim da empresa naquela ocasião. Mas não foi. Brecailo rapidamente se adaptou às novas circunstâncias e abriu sua primeira loja na Rua Carlos de Carvalho, no Centro de Curitiba.
Mudava, mais uma vez, o hábito de comer cachorro-quente na cidade: antes, os carrinhos iam até os clientes; hoje, eles vão até as 24 unidades e vão em peso. Cerca de 100 mil pessoas passam todos os meses pelas unidades espalhadas pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Bahia, além da unidade de Salto del Guairá, no Paraguai.
Com a morte do fundador, há 15 anos, os filhos do radialista assumiram o controle da empresa. "Demos continuidade a seu trabalho realizando coisas que ele já planejava, como lançar novos produtos e abrir outras lojas", conta Cesar Brecailo, que comanda a rede com os irmãos Fabio e Rossana.
A nova gestão passou então a planejar a abertura de novas unidades na capital. "Havia quatro lojas até meu pai falecer, todas próprias. Quando assumimos, começamos uma 'expansãozinha', em Curitiba, com mais duas lojas", lembra Cesar. A receita do rápido crescimento da empresa, entretanto, contou com uma pitada de ousadia: há três anos, os diretores adotaram o modelo de franquias para seguir expandindo.
"Como não tínhamos como gerenciar lojas em outras cidades, ficou mais fácil expandir com as franquias. Mas não foi uma decisão fácil, estávamos muito receosos em dar esse passo. A procura por pessoas interessadas em abrir uma franquia do Au-Au era grande e sempre dizíamos não. Achávamos que não estávamos prontos, mas hoje estamos satisfeitos com o resultado", avalia Cesar.
Ao dizer sim aos interessados, o Au-Au sextuplicou o número de unidades, passando de quatro, no início dos anos 2000, para 24 lojas 12 delas próprias. Há mais uma unidade, com franquia já vendida, que abrirá em Ponta Grossa no primeiro semestre do ano que vem.