É difícil dizer quem despontou primeiro. A explosão do "sertanejo universitário" gênero musical de Michel Teló, Gusttavo Lima e Luan Santana e a ascensão do grupo de casas noturnas Woods se confundem.
SLIDESHOW: Conheça o ambiente da Woods
Ao mesmo tempo em que os artistas foram se consagrando como os mais tocados nas rádios do país, a rede de baladas nascida em Curitiba se consolidou como referência no ramo do entretenimento. Está concluindo um plano de expansão no qual investiu R$ 15 milhões desde 2011, e já fatura mais de R$ 50 milhões ao ano.
A grande sacada da Woods foi apostar na popularização do gênero musical entre os jovens dos grandes centros urbanos. Até então, o público consumidor de música sertaneja estava mais restrito ao interior.
"A música sertaneja estava associada a estabelecimentos de menor qualidade. Pensamos em oferecer uma estrutura de ambiente, serviço e bebidas de alto nível, como nas festas de música eletrônica", conta Charles Bonissoni, sócio-fundador e diretor de expansão do grupo.
A fórmula, que deu certo em Curitiba, passou a ser testada em outras cidades. A primeira inauguração fora do estado foi em Balneário Camboriú, em 2009, com uma estratégia mais cautelosa. "É um destino frequente de curitibanos e sabíamos que seria um passo de menor risco", diz Bonissoni cerca de 60% dos turistas que a cidade recebe na alta temporada são da capital paranaense.
A prova cabal de que a nova casa noturna tinha vida própria veio no inverno daquele ano: a balada continuou atraindo o público mesmo na baixa temporada. "Foi naquele momento que vimos que a Woods ia além do público curitibano", explica.
Maior
Em número de unidades, a rede é a maior do país por enquanto, são 11 casas em cinco estados. O grupo está prestes a inaugurar bares em Goiânia, Campo Grande e Cuiabá, e negocia espaços em outras duas cidades. "Tivemos um plano de expansão com cidades estratégicas, mas hoje trabalhamos com oportunidades de negócio. Se temos um bom parceiro local que chega até nós com uma proposta atraente, nós negociamos", explica o sócio.
Enquanto as redes internacionais de baladas trabalham com a cessão da marca ou franquias, o modelo da Woods funciona um pouco diferente. Os seis fundadores são sócios de todas as casas que a rede mantém pelo país. "Acredito que somos a maior rede própria do mundo", afirma Bonissoni.
Grupo tem agência de marketing e 4 mil artistas no catálogo
Os sócios da Woods não se acomodaram com o sucesso da rede, e investem em sua profissionalização. Hoje eles têm participação na CWBBrasil, empresa que cuida da seleção de artistas que se apresentam nas casas do grupo pelo país. No catálogo, 70 artistas ativos e mais de 4 mil cadastrados.
A expansão da rede tem o amparo de um departamento de engenharia, que diariamente acompanha o andamento dos trabalhos por meio de câmeras instaladas nos canteiros de obras, que transmitem em tempo real a evolução em uma tela no escritório central do grupo, em Curitiba.
Para realizar a promoção dos shows que acontecem nas casas, o grupo montou uma agência de marketing com mais de 30 profissionais. "O negócio evoluiu de tal maneira que já pensamos em aceitar clientes externos", conta o diretor nacional de marketing do grupo, Alan Ceppini.