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Frango da cooperativa vai direto para as gôndolas
A maior parte do frango produzido pela cooperativa paranaense de Cafelândia vai direto para as prateleiras dos supermercados brasileiros, ou 65% do total abatido pela empresa ao ano. "Em tempos de dólar baixo, o mercado interno é muito melhor. Mas não deixamos de exportar. Mantenho exportação para manter cliente. Aumentando a produção, vamos aumentar as vendas pra esse cliente", explica o diretor-presidente da empresa, Valter Pitol. No Brasil, é possível encontrar cortes variados da cooperativa paranaense em São Paulo, Brasília, Campo Grande, Rio de Janeiro. Mas os mercados de Acre, Rondônia e Amapá também estão crescendo, destaca o executivo.
Para o exterior segue um volume não menos importante, o equivalente a 35 milhões de aves 230 mil toneladas.
Quem faz
Ano de fundação: 1963
Em que área atua: avicultura, soja, milho, trigo, leite e piscicultura
Cidade: Cafelândia
Faturamento previsto em 2013: R$ 2,05 bilhões
Quantos funcionários: 7,6 mil
Quem são os donos: 5 mil produtores
Posição no mercado: maior cooperativa do Paraná em abate de aves e detentora de 2% da produção nacional
Por que é bem feito: porque consegue integrar 5 mil produtores rurais e 1,2 mil granjas, se mantendo à frente de um mercado altamente competitivo no estado
Se agregar valor à matéria-prima gera riqueza, a Copacol sabe muito bem como fazer isso. Na primeira cooperativa agrícola do Paraná a investir em produção de aves, a ordem é transformar soja e milho em carne. Todas as mais de 800 mil toneladas de grãos produzidas pelos agricultores associados são destinadas às indústrias de ração animal. E se hoje o crescimento do consumo de frango no Brasil e no mundo dá asas a essa empresa, isso ocorre graças a uma mudança radical feita há 36 anos.
SLIDESHOW: Confira fotos da Copacol
Uma seca quase faliu a cooperativa durante a safra 1977/78, quando o sustento do negócio vinha exclusivamente das lavouras. "Tivemos de dispensar 30% dos funcionários, por causa da frustração no campo, e pensar numa alternativa mais segura. Decidimos apostar na carne de frango", conta o diretor-presidente da empresa, Valter Pitol. Ao longo do tempo, a alternativa à produção de grãos se tornou a principal fonte de renda da cooperativa, que hoje consegue manter seus planos de expansão até mesmo em fases críticas para a atividade. No ano passado, enquanto a avicultura brasileira lutava para superar uma das piores crises de custos do setor, provocada pela valorização da soja e do milho no mercado internacional, a Copacol anunciou a inauguração de um novo e moderno abatedouro de aves no município de Ubiratã, fruto de uma parceria com a cooperativa vizinha Coagru. O investimento no frigorífico foi estratégico, representa um passo importante para o alcance de metas nos próximos anos.
Ainda na década de 1970, quando a Copacol se viu obrigada a ampliar a visão de negócio, a avicultura era apenas uma promessa para o Brasil. O país tinha participação de apenas 4% nas exportações globais do produto. Hoje essa fatia está próxima dos 35%, com 0,5% das vendas externas e 2% da produção nacional vindos da cooperativa paranaense. Porcentualmente, pode parecer pouco, mas, aos 50 anos de idade, a companhia com sede em Cafelândia, Oeste do Paraná, possui uma coleção de números astronômicos, a começar pelo faturamento.
Para 2013, a meta é passar dos R$ 2,05 bilhões, com mais da metade gerados a partir do frango. Em termos de produção, todos os anos são abatidas 100 milhões de aves, a um ritmo de 320 mil ao dia na unidade de Cafelândia e outras 70 mil em Ubiratã. Tudo isso é feito a milhares de mãos. Na linha de produção do frigorífico, trabalham 4 mil pessoas, em três turnos. Ao todo, são 7,6 mil colaboradores. No campo, são 5 mil produtores associados, aos quais a cooperativa dedica um bom tempo em orientações técnicas. "Quanto mais o produtor ganhar por cabeça de frango, melhor para cooperativa e para ele, que vai ter mais renda", explica Pitol. O reflexo dessa sinergia está nos dados do município de Cafelândia. Hoje a produção de frango representa 43% dos mais de R$ 305 milhões do Valor Bruto da Produção Agrícola do município.
"GPS" aponta expansão em ritmo dobrado
Para a Copacol, GPS tem um outro significado. A letra "g" significa geração de receita, o "p" é de produtividade e o "s", sustentabilidade. É essa sigla que rege o plano estratégico de crescimento da empresa. Para cada letra existe uma meta. A de faturamento, de mais de R$ 2 bilhões, deve ser alcançada em 2013. Já a receita líquida precisa ser de 5%. E no quesito sustentabilidade, o desafio é capacitar 25 mil pessoas em programas de desenvolvimento até 2017. Para chegar lá, a Copacol pretende dobrar o número de abates diários de frango até 2017 para 700 mil cabeças, pela ampliação da produção no frigorífico de Ubiratã. A receita é "produzir mais, com qualidade e menos despesas", revela o diretor-presidente, Valter Pitol. Além da avicultura, a cooperativa prevê ampliação das apostas na suinocultura, pecuária de leite e até na aquicultura. A produção de tilápias, que hoje é de 45 mil ao dia, deve chegar a 85 mil unidades no período.