Quarenta e um anos depois da fundação, a Positivo Educacional passa por uma nova fase. A empresa do Grupo Positivo, que com seu material didático ensina 1 milhão de alunos Brasil afora, estuda a viabilidade de uma abertura de capital na bolsa de valores. A informação, confirmada por Renato Ribas Vaz, sócio-fundador do grupo, justifica, segundo ele, o longo período de silêncio pelo qual a empresa passa.
Fontes do mercado já especularam que fundos de private equity estariam negociando a compra da área de educação do Grupo Positivo por algo entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões. Outros rumores davam conta de que a estratégia do grupo seria primeiro tentar a venda do braço de educação e realizar um IPO apenas caso a transição não se efetivasse.
Vaz, entretanto, não menciona a possibilidade de venda da Positivo Educacional. Segundo ele, há, de fato, um estudo sobre a possibilidade de abrir capital desde o fim de 2012. O momento atual da economia brasileira, entretanto, pode prejudicar esse passo, em sua opinião. "Avaliamos um IPO, mas esse é um processo de difícil execução, porque com a instabilidade da economia a condição não se torna favorável e há uma indefinição. Essa análise pode apontar a viabilidade da abertura de capital ou não. Se sim, também não há data para sair", explica.
Para chegar a essa maturidade nos negócios, o grupo percorreu um longo caminho de consolidação, que começou em 1972 com um curso pré-vestibular e hoje inclui a Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina, e a Positivo Informática, líder em vendas de computadores no mercado nacional há sete anos.
A base desse crescimento, segundo Vaz, é o professor a ideia de valorizar o profissional foi o que motivou a criação do cursinho. "Na época, o grupo de professores que fundou o pré-vestibular trabalhava em escolas da cidade, mas sem benefícios. Sem férias remuneradas, por exemplo. De um dia para o outro poderiam cancelar sua aula, o que significava menor remuneração. Pensamos em mudar isso", conta.
O curso pré-vestibular foi a porta de entrada do grupo no setor de educação. Hoje a Positivo Educacional oferece ensino infantil, fundamental, médio, pré-vestibular, universitário e tecnológico, completando o ciclo de aprendizado.
O que faz a Positivo ser conhecida nacionalmente é seu sistema de ensino, presente em mais de 3 mil escolas brasileiras. As apostilas começaram a ser distribuídas no fim dos anos 1970. "Já produzíamos para nós mesmos e vimos uma oportunidade: por que não oferecer para escolas conveniadas? Foi assim que tudo começou", lembra Vaz.
Novidades completam ciclo de aprendizado
Para fechar o ciclo do ensino, o Grupo Positivo investiu pesado ao longo dos anos 2000 em novos cursos e câmpus em Curitiba, com a intenção de levar para mais longe o ensino oferecido nas escolas. Em 2008, o Centro Universitário Positivo passou a se chamar Universidade Positivo, com oferta de mestrado e doutorado.
Para levar a estrutura para mais perto dos estudantes, em 2009 a universidade começou a descentralizar seus câmpus voltados ao ensino tecnológico. Hoje as quatro unidades do Centro Tecnológico, voltadas à indústria e aos negócios, estão distribuídas nos bairros Batel, Ecoville, CIC e Hauer. Em breve deve entrar em funcionamento a unidade do Alto da XV, que vai ofertar cursos na área da Comunicação.
A novidade mais recente é a inauguração do Colégio Positivo Internacional, em março. Com a proposta de oferecer ensino bilíngue em dois currículos, o colégio é a menina dos olhos do grupo e fica dentro da Universidade Positivo.
"Em 2008, o Ensino Infantil veio complementar a rede e fechar o ciclo de aprendizado. Hoje nossas escolas já são referência no mercado, bem como o pré-vestibular, que atrai estudantes de todo o país. Aos poucos a universidade, que é bem recente, se consolida como centro de excelência", diz Vaz.
Só Curitiba
A companhia, que nos anos 1980 chegou a abrir escolas próprias em Londrina e Ponta Grossa, concentra sua atuação em Curitiba. Para sair dos limites da capital, o grupo analisa no momento a viabilidade de implantar um sistema de Educação a Distância (EAD). "Assim levaríamos nossos professores para todo o país. É difícil manter uma unidade física de longe, porque a escola precisa do olho do dono. É a tradição e o nome do Positivo o que referenda o ensino e amplia as possibilidades", salienta o sócio-fundador.
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