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Negócio cresceu com feedback das pistas
A posição conquistada pela empresa no mercado de motopeças também é resultado do feedback que vem das pistas de motocross, mais especificamente das equipes patrocinadas pela Pro Tork. Boa parte dos produtos que estão no mercado foi testada no centro de treinamento da empresa, em Siqueira Campos. Considerada uma das melhores do país, a pista tem 1,5 mil metros. Segundo Marlon Bonilha, muitas sugestões de melhorias e itens novos que hoje fazem parte do portfólio da empresa vieram das pistas. "Os pilotos sugeriam produtos específicos que tinham poucos fornecedores no mercado", conta.
A associação da marca com o esporte começou em 1996, quando a Pro Tork começou a patrocinar o piloto Paulo Stedile. Hoje, a empresa investe R$ 1 milhão por mês no patrocínio de mais de 40 atletas. A Pro Tork Racing Team é formada por Antonio Jorge Balbi Júnior, Mariana Balbi e Milton "Chumbinho" Becker no motocross; Paulo Stedile no cross-country; e Emerson Loth no enduro de regularidade. A marca também patrocina outros esportes radicais, como motocross freestyle, wheeling e drifting.
Quem faz
Fundação: 1988, em Curitiba
Cidade: Siqueira Campos, Norte Pioneiro do Paraná
Área: Motopeças e motocicletas
Donos: Altair Bonilha, Marlon Bonilha e Beto Bonilha
Funcionários: 4 mil
Posição no mercado: Maior empresa de motopeças da América Latina
Porque é bem feito: Porque começou como uma oficina de bairro e hoje domina todas as etapas de produção de cerca de seis mil itens do seu portfólio, exportando seus produtos para mais de 50 países
Nem nos seus melhores sonhos a família Bonilha poderia imaginar que o negócio que começou despretensioso, no bairro Uberaba, em Curitiba, se transformaria em uma das maiores empresas do Paraná, com cerca de 4 mil funcionários. A empreitada que teve início na capital, com a produção artesanal de escapamentos para motos importadas, se consolidou no Norte Pioneiro do estado, em Siqueira Campos, a casa da Pro Tork.
A necessidade de espaço para crescer e os laços familiares motivaram a ida da empresa para o interior do estado em 1993. De lá para cá, o negócio acelerou. Hoje a Pro Tork tem um portfólio com mais de seis mil itens e uma lista de projetos na fila de espera para serem executados.
No rol de artigos do universo motociclístico, apenas os pneus e os motores não estão presentes na linha de produção da empresa, que tem 72% de participação no mercado brasileiro. "De cada 10 motos em circulação no Brasil, sete tem pelo menos um item feito pela Pro Tork", conta o diretor Marlon Bonilha. "Desde que chegamos a Siqueira Campos, as obras de ampliação e melhorias não pararam mais", afirma Beto Bonilha, que divide a direção da empresa com o sobrinho Marlon. A linha de produção da empresa está espalhada às margens da Rodovia Governador Parigot de Souza. São oito unidades que somam 350 mil metros de área construída.
A Pro Tork também tem uma unidade fabril na China, onde produz parte dos produtos que abastecem os países da América Latinae América Central.
Histórico
Em abril do ano passado, a empresa tirou da fila de espera um de seus projetos mais audaciosos. Com um investimento de R$ 50 milhões, inaugurou a primeira fábrica de motos do Sul do país, amparada pelo know- -how na produção de peças e acessórios.
A entrada no mercado de motos ocorreu com três modelos de baixa cilindrada: o ciclomotor Fly 50; Fly 100 e Heavy Duty, o triciclo utilitário da marca. Somando os três modelos, a linha de produção suporta até 300 motocicletas por dia, mas ainda não opera na capacidade máxima.
Exportações
Todos os dias, 12 carretas deixam a sede da Pro Tork para abastecer o varejo e as linhas de produção de outras empresas do segmento duas rodas que atuam no Brasil e na América Latina. O continente absorve 90% de toda a produção da empresa paranaense, que exporta seus produtos para mais de 56 países. "Até 2020, queremos colocar nossos produtos em mais de 100 países", projeta Marlon.
Expandir sua atuação no mercado internacional pode ajudar a empresa a driblar o momento de retração do mercado interno. Os maus resultados levaram a Abraciclo, representante da indústria do setor, a rebaixar suas projeções para 2013. A entidade, que no início do ano esperava leve alta na produção e nas vendas, agora prevê retração de 4,7% e 6,6%, respectivamente.
Toque feminino produz 13 mil capacetes por dia
A planta da Pro Tork focada exclusivamente na produção do item de segurança tem 580 funcionários e fabrica 13 mil capacetes por dia, operando no limite da capacidade. Considerado um dos carros-chefe do portfólio da empresa, o item de segurança leva, em média, dois dias para ser produzido. Incluindo os exemplares esportivos para competição, são 46 modelos de capacetes, que custam entre R$ 50 e R$ 900. A produção é dividida entre etapas mecanizadas e manuais e requer atenção aos detalhes. Não à toa as mulheres são 90% da mão de obra nessa unidade. Mais detalhistas, elas garantem a qualidade final do produto como, por exemplo, no processo de colocação dos adesivos nos capacetes, que é todo feito de forma manual.
Pro Tork reúne 30 empresas em uma
Se cada operação dominada hoje pela Pro Tork fosse desmembrada do todo, 30 diferentes empresas poderiam surgir. "Boa parte das companhias do setor atua de forma bastante segmentada, produzindo apenas determinado tipo de peça ou acessório. Nós temos um mix bastante completo de produtos", explica o diretor Beto Bonilha. Um dos exemplos é o setor de ferramentaria, chamado de coração da empresa. Comandado por 40 funcionários, é dali que saem todos os moldes das peças fabricadas pela Pro Tork: capacetes, escapamentos, guidões, pedais, faróis, entre outros. A logística é outra área que ilustra a opção da empresa pelo controle de 100% do processo produtivo. Uma frota de 200 carretas próprias circula pelo Brasil para levar aos clientes os produtos da Pro Tork. Segundo o diretor Marlon Bonilha, além de dar agilidade ao negócio e garantir a qualidade dos itens, o domínio de todos os processos reduz em 30% o custo final dos produtos.
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