O impacto da Cristófoli Biossegurança para Campo Mourão, cidade de 87,2 mil habitantes no noroeste do Paraná, ultrapassa o fato de a empresa ser hoje referência na fabricação de autoclaves aparelhos que esterilizam ferramentas de saúde e beleza. Em 23 anos, a fábrica ajudou a diversificar a economia da região. Primeiro, incentivando fornecedores. Uma fabriqueta de panelas de Sarandi, por exemplo, hoje fornece os tanques de alumínio que produzem o vapor no interior da autoclave. "Tivemos que correr atrás de fornecedores na região e sugerimos a diversos deles que variassem a produção para nos atender. Hoje eles vendem para muito mais gente", conta Ater Cristófoli, 50 anos, fundador da fábrica.
Assista ao vídeo e conheça melhor a empresa premiada A outra forma foi com a criação da Fundação Educere, que começou em 2002 como escola de qualificação e agora atua como incubadora de empresas na área de biotecnologia. A fundação surgiu da dificuldade que a Cristófoli tinha para contratar gente especializada na região. "Campo Mourão é uma ilha cercada de soja por todos os lados", resume o empresário, que convidou os alunos com as melhores notas da cidade para participar das aulas. A Educere já viabilizou a criação de 14 empresas, que têm faturamento calculado em R$ 40 milhões anuais a maioria atua como distribuidora ou importadora. Uma delas deve passar em breve a produzir secadores de cabelo na Zona Franca de Manaus.
No seu ramo, a Cristófoli também tem seus números positivos. A estimativa é que a fábrica seja responsável por 60% do mercado nacional de autoclaves de mesa, usadas principalmente em consultórios odontológicos. Já superou as 175 mil unidades vendidas. Com esse mercado consolidado, a empresa aposta no design para atingir o segmento de beleza. As novas linhas deram lugar às máquinas de formas arredondadas, coloridas e de nomes simpáticos, como Amora e Baby. Esses aparelhos ganharam salões de beleza, lojas de tatuagem e clínicas de podologia e estética. Com seus 165 funcionários, a Cristófoli também vende outros aparelhos de biossegurança destiladores e seladoras, por exemplo , boa parte, importados.
Mesmo acostumada a enfrentar adversidades, a Cristófoli sofreu um baque nos últimos dez anos, quando perdeu espaço no mercado internacional. "Já exportamos para 35 países, mas perdemos muito mercado para os chineses", conta o fundador. A marca vende atualmente para cerca de cinco países na América Latina. A pressão por mais competitividade fez com que a empresa fundasse sua primeira unidade estrangeira em 2010 em Ningbo, na China, onde há uma zona livre de desenvolvimento tecnológico. Lá, a empresa pôde confirmar as vantagens que os chineses têm: carga tributária de 26% no setor contra os 36% no Brasil, mais a infraestrutura portuária superior. Com isso, a expectativa é que a unidade de Ningbo ajude a Cristófoli a ganhar em margem de lucro, vendendo produtos exclusivos para a Europa. A produção chinesa corresponde a 10% do total.
Bem Feito no Paraná 2014 | 2:04
Cristófoli: Biossegurança que virou referência
A empresa responde pela fabricação de pelo menos 60% das autoclaves, equipamentos de esterilização, do mercado nacional. A taxa de crescimento se mantém estável em cerca de 20% ao ano e tem ajudado a economia do município de Campo Mourão.