Primeira ideia de sócios fracassou
O modelo de negócio da Tecnospeed não foi desenhado no formato atual desde o início, que permanece um tanto abstrato para quem não é do ramo. No começo, os fundadores da empresa se dedicaram ao sonho de desenvolver games e conheceram o fracasso antes de serem donos de um negócio de nicho que tem conseguido abrir portas. "Eu tinha 19 anos. Gostávamos de jogos, mas não tínhamos experiência em gestão. Quebramos", lembra Erike Almeida.
Colegas de faculdadeambos são cientistas da computação formados pela Universidade Paranaense (Unipar), em Umuarama , os sócios usaram o percalço para se especializar em administração e negócios. A ideia de desenvolver softwares de gestão veio de um trabalho para o qual Palhano foi indicado por um amigo, filho do dono de uma distribuidora. Juntou-se a isso o fato de Almeida ter curso técnico em contabilidade. "O mercado nos disse o que fazer", resume ele.
A forma mais fácil de explicar o negócio da Tecnospeed é por meio de uma analogia. "As fábricas de autopeças vendem peças para as montadoras de carros. Nós vendemos pedaços de softwares para empresas que fazem software", diz Rodrigo Palhano, 35 anos, diretor técnico e sócio da empresa.
Assista ao vídeo e conheça melhor a empresa premiada Dentro do modelo business to business tecnológico que a empresa de Maringá adotou, a estratégia hoje está focada em um produto (ou "peça"): os componentes que permitem a programas de gestão e controle gerar notas fiscais eletrônicas (NF-e), as que dispensam máquinas emissoras.
Apostando nessa evolução tecnológica, a empresa de Maringá, vencedora do Prêmio Bem Feito no Paraná na categoria Serviço Pequeno Porte, chegou, em sete anos, a um faturamento previsto de R$ 5 milhões em 2014. No ano passado, a receita fechou em R$ 3,5 milhões.
Entre os desafios do negócio estão a codificação de dados e a estabilidade da ferramenta, uma vez que a NF-e funciona como ponte direta entre as empresas e o Fisco.
Mas o trabalho tem compensado, e muito. A nota fiscal eletrônica já foi adotada por mais de dez estados brasileiros e a tendência é de expansão a partir do início de 2015, quando o programa de implantação da NF-e no Paraná deve ser aberto a empresas interessadas. "Será uma revolução no varejo", acredita Erike Almeida, 36, diretor executivo e também sócio. Com isso, o faturamento tem mantido crescimento de pelo menos 20% ao ano desde 2008. A Tecnospeed tem hoje como clientes 630 desenvolvedoras de softwares, que usaram seus componentes em sistemas de cerca de 150 mil empresas pelo Brasil, em especial no Sul e no Sudeste.
Nesse meio tempo, a empresa partiu de quatro funcionários para os atuais 52. Também agiu para diversificar sua atuação. Quer cercar o mercado e atingir o consumidor final a partir de janeiro, quando vai lançar um aplicativo móvel para gerenciamento de NF-e, o Nota Segura. O programa servirá para que o consumidor deixe à mão as notas virtuais do que comprou.
A sede da Tecnospeed fica em duas salas de um prédio comercial no Centro de Maringá. As estratégias são definidas na sala do primeiro andar, onde estão espalhados monitores que mostram informações importantes em tempo real: os acessos ao site corporativo e o controle dos erros nos softwares. "É melhor porque resolvemos os problemas antes mesmo de chegarem aos clientes", diz Almeida.
Além da Tecnospeed, os sócios também controlam a Velocity, empresa de marketing digital, criada a partir de uma demanda do negócio de software. Sem mão de obra qualificada na região, a Tecnospeed mantém sete funcionários em atividade remota. Para controlar a produção deles, foi criado a Ciranda, uma espécie de rede social que auxilia o departamento de RH. A ferramenta também é vendida para outras empresas.
Bem Feito no Paraná 2014 | 1:51
Tecnospeed cria inovação para empresas de tecnologia
A Tecnospeed foi premiada pelo Bem Feito no Paraná porque inovou e cresceu muitos nos últimos anos. A empresa cria pequenas soluções em softwares e aplicativos para outras empresas desenvolvedoras de tecnologia.