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inovação em recursos humanos

Dez anos sem bater o cartão-ponto

Máquina de Street Fighter instalada pela própria equipe da Tecnospeed: jogo ajuda a relaxar os cerca de 50 funcionários. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Máquina de Street Fighter instalada pela própria equipe da Tecnospeed: jogo ajuda a relaxar os cerca de 50 funcionários. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Os empresários Erike Almeida e Rodrigo Palhano, co-fundadores da Tecnospeed, têm poucas restrições em relação às roupas dos funcionários. Na verdade, há apenas três: nada de chinelo, regata ou camisa de time, “pra não dar briga”, reforçam. Não há também horário fixo de trabalho e a necessidade de estar fisicamente na sede da empresa, em Maringá (Norte do Paraná), para bater cartão.

O ambiente despojado e a rotina flexível traduzem a essência da companhia de software, que completa uma década de existência no ano que vem, apostando em novos negócios para seguir faturando em um setor concorrido e em evolução constante.

A decisão de atuar em um nicho de mercado desde o início e adotar práticas diferenciadas de gestão, com foco na capacitação e clima organizacional, garantiu não só a saúde financeira da empresa ao longo deste tempo, mas também reconhecimento dentro e fora do estado, como a conquista do Prêmio Bem Feito no Paraná 2015, na categoria inovação em recursos humanos (RH) – a premiação é uma realização da Gazeta do Povo em parceria com a Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo.

A Tecnospeed atua fornecendo soluções para documentos fiscais eletrônicos, com vistas não para o consumidor final (no caso, as empresas), mas para outras companhias de tecnologia, que “encaixam” esses componentes em seus próprios programas – na equipe da empresa consta inclusive um consultor contábil, que “traduz” os conceitos de tributação para os programadores prestarem assistência aos desenvolvedores de fora. No caminho contrário de outros negócios que nasceram no interior, a empresa primeiro conquistou clientes fora do estado para depois se consolidar no mercado local. Hoje, a maioria das 700 companhias de software atendidas pela Tecnospeed estão no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

“Tivemos que conquistar credibilidade lá fora para depois atuar aqui. Em termos logísticos, é irrelevante para nós estarmos sediados em São Paulo ou Maringá, mas a nossa região é promissora para a área de TI [tecnologia da informação] e estamos muito confortáveis aqui”, afirma Palhano.

Novo serviço

A expectativa da empresa de Maringá é crescer neste ano 35% e atingir um faturamento de R$ 6 milhões. Uma das apostas para seguir avançando neste ritmo é a diversificação do portfólio. A Tecnospeed lançou em julho deste ano uma startup chamada Wifire, responsável pelo serviço de mesmo nome, que funciona como uma espécie de rede wi-fi inteligente.

Ao acessar a internet pela Wifire, o cliente de um estabelecimento é redirecionado para um portal que traz informações e promoções do local, além de mostrar quais amigos estão usando a mesma rede – é possível fazer o login pelo perfil do Facebook, driblando assim os longos cadastros exigidos em acessos do tipo.

Por outro lado, alguns dados públicos do usuário são coletados e transformam-se em informações essenciais para o dono do estabelecimento, que pode fazer ações de marketing dirigidas e receber feedback dos clientes. Depois de Maringá, o serviço já foi disponibilizado em Londrina e Curitiba, onde está presente até o momento em 25 estabelecimentos, como restaurantes e bares – a meta é chegar a 200 em todas as cidades até o fim do ano. A receita vem de uma mensalidade paga pelo dono do local.

De programadores a empresários do ramo de tecnologia

A parceria entre os co-fundadores da Tecnospeed, Erike Almeida e Rodrigo Palhano, já vem de longa data. Ambos se formaram em Ciências da Computação em Umuarama (Noroeste do estado) e trabalharam juntos em uma empresa da área, até que a vontade de abrir o próprio negócio falou mais alto. Apesar da experiência dos dois, a empresa só deslanchou depois de dois anos, quando a Tecnospeed assumiu de vez o modelo de negócio que perdura até hoje, desenvolvendo partes de softwares na área de tributação eletrônica para outras companhias desenvolvedoras.

Com o bom desempenho da empresa e o crescimento da equipe, os sócios acabaram tendo que deixar a programação de lado para investirem na própria capacitação profissional, voltada para a gestão corporativa, por meio de MBAs e treinamentos. Uma das novas medidas foi criar um setor dedicado à avaliação e formatação de processos dentro da empresa, que acompanha desde os procedimentos envolvidos no desenvolvimento de um novo produto até o descarte correto do lixo.

“A intenção é monitorar a nossa performance e garantir que tudo aqui dentro funcione perfeitamente, mesmo com as mudanças que precisamos implantar de forma rápida. As grandes empresas, pela própria natureza delas, são mais lentas na hora de tomar decisões e criar coisas novas. Nós, por sermos menores, conseguimos ser mais ágeis, o que nos faz chegar antes dos concorrentes”, afirma Almeida, responsável pela direção-geral da empresa, enquanto Palhano se dedica à área de inovação, com foco no novo serviço, o Wifire.

Tecnospeed: receita de sucesso

A empresa, de Maringá, foi a vencedora do Prêmio Bem Feito no Paraná 2015 na categoria inovação em recursos humanos.

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