Ganhar tempo na cozinha sem perder a qualidade dos ingredientes e garantir o melhor resultado final é o desafio diário de quem pilota um fogão, em casa ou no restaurante. E fazer parte desse processo é a missão da Vapza Alimentos, indústria de médio porte vencedora do prêmio Bem Feito no Paraná de 2015, promovido pela Gazeta do Povo em parceria com a Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo.
Instalada em Castro, na região dos Campos Gerais, a Vapza trouxe da França a tecnologia para manter nutrientes em produtos pré-preparados, cozidos a vapor dentro da embalagem, sem uso de conservantes ou aditivos, que podem ser armazenados em temperatura ambiente. A indústria nasceu com a preparação de batatas. Aos poucos, outros ingredientes mais frequentes no cardápio do brasileiro foram agregados ao portfólio da empresa, ampliando também a área de atuação.
Hoje, além do varejo, a Vapza atende o segmento de food service, com abastecimento de lanchonetes e restaurantes, a indústria de alimentos, que usa seus ingredientes prontos como matéria prima para outras preparações, e o institucional, no fornecimento de insumos para merenda escolar ou alimentação de tropas do Exército, por exemplo. São 30 produtos para o varejo direto ao consumidor, divididos em três linhas: orgânico, “só aquecer”, em que o produto vem temperado, e “dê seu toque final”, para compor as receitas do cliente.
Para o food service, a indústria tem 22 produtos, entre grãos, vegetais e carnes, sendo 17 de linha fixa e os demais produzidos conforme pedidos exclusivos para determinadas redes. Embalados em volumes de 2,5 quilos, a linha food service se apresenta como alternativa econômica para o empresário do setor de alimentos. “Dispensa energia elétrica para armazenagem, ganha na geração de resíduos, economia de espaço, mão de obra e de água para o pré-preparo, além de tempo de cocção das receitas finalizadas”, diz Andreia dos Santos, da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Vapza.
Exportação
A fábrica tem capacidade para produção de 15 mil toneladas de produtos por ano. Instalada em uma área de 11 mil metros quadrados, a empresa triplicou de tamanho em 20 anos de atividades. A construção é permanentemente adaptada para atender as exigências das certificações nacionais e internacionais que a Vapza conquista para atuar nos mercados interno e externo. Hoje a empresa coloca sua marca própria em 14 países, nas linhas varejo e food service. Até o fim do ano, será concluída a primeira exportação do produto que receberá marca de terceiros para ser vendido na rede Walmart nos Estados Unidos.
A linha orgânica, lançada em 2015, obteve o nível máximo de certificação da categoria e está dedicada ao mercado externo. Trata-se da primeira produção orgânica em escala no país de ingredientes prontos para consumo, com feijões carioca, preto e fradinho, arroz integral, peito de frango desfiado e quinoa.
Fábrica exige ajustes finos e permanentes
Para garantir a inovação permanente de produtos e processos, a direção da Vapza mantém um programa de investimentos internos nas instalações e renovação de equipamentos, além da pesquisa constante para rever linhas e melhorar a produtividade. Entre reformas, ampliações, compra de novas máquinas, automatização de produção, entre outros, foram investidos cerca de R$ 11 milhões na empresa entre 2014 e 2015.
Um ajuste na área comercial permitiu melhorar a distribuição da produção, alcançando 10 mil pontos de vendas no país. “Temos venda direta e indireta, com a parceria de distribuidores regionais, tratados como um braço da empresa”, diz o vice-presidente Enrico Milani. Afinar a distribuição ajudou a segurar o impacto da economia lenta em 2015.
Desde 2008, quando a empresa passou por uma nova fase de gestão, com a compra da parte dos demais sócios pelo atual proprietário, Wellinton Milani, a Vapza vinha registrando crescimentos anuais na casa dos 30%. O ritmo foi assim até meados de 2014. Copa do Mundo, eleições e o início da crise econômica frearam o crescimento, fechado em 15% no ano passado.
As apostas estratégicas em nichos no mercado externo e na área comercial mostraram-se acertadas. A área do varejo pode chegar a 20% de crescimento em 2015, enquanto o food service, bastante impactado pelo desempenho da própria clientela, deve atingir 10% de aumento em relação a 2014.
Outra decisão que contribui para o desempenho do negócio é a profissionalização da gestão. Nos últimos dois anos, a direção tem buscado no mercado profissionais com experiência no setor de alimentos para atuação em áreas essenciais da empresa. “Aliado aos profissionais formados na casa, que fazem parte da indústria praticamente desde o início, formamos uma equipe alinhada com o projeto de crescimento”, observa Enrico Milani.