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“Prefiro investimentos mais conservadores e acredito na diversificação”.Amilton Dalledone Filho, professor de Matemática Financeira da FAE | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
“Prefiro investimentos mais conservadores e acredito na diversificação”.Amilton Dalledone Filho, professor de Matemática Financeira da FAE| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
  • Veja a classificação dos investimentos segundo os riscos que são atribuidos

A tempestade chegou. Você agarra seu dinheiro e avança impávido rumo ao futuro. No horizonte, as nuvens cinzentas podem estar se dissipando – ou se acumulando sombriamente. Metáforas meteorológicas à parte, fato é que muitos brasileiros estão se perguntando se as estratégias que adotaram são adequadas para resistir à crise econômica. A primeira questão está em saber se o melhor é ser conservador ou agressivo. Vale observar que um mesmo perfil possui diferentes "temperaturas": investir em poupança, por exemplo, pode equivaler a uma proximidade do "zero absoluto", enquanto comprar ações pode equivaler a uma aproximação do "ponto de ebulição".

Amilton Dalledone Filho é especialista em finanças e professor de Matemática Financeira da FAE, em Curitiba. No que se refere ao comportamento na tempestade financeira, ele lembra que as coisas começam pelo perfil de cada investidor. "Pessoalmente, prefiro investimentos mais conservadores. Acredito, também, na diversificação."

Segundo ele, no momento as opções mais favoráveis são os fundos de renda fixa – "que, por estarem atrelados a títulos do governo, oferecem garantia" – e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de instituições sólidas. É preciso, porém, levar em conta o montante investido, a composição dos fundos, as taxas de administração cobradas pelos bancos e o tempo da aplicação. No caso dos fundos de renda fixa, as taxas de administração variam, entre 0,25% e 4% ao ano. "As taxas variam de fundo a fundo, de banco a banco e também conforme o total investido. Quanto menor o valor, maior a taxa", explica. "A saída é equacionar os elementos e buscar a melhor taxa. Para mim, 0,5% ao ano é um bom valor."

Ainda em relação aos fundos de renda fixa, é preciso levar em conta o fato de que eles também diferem segundo os papéis que os compõem. "É preciso verificar se a composição é mais baseada em títulos públicos, o que torna o fundo mais conservador, ou em papéis mais voláteis, o que o caracteriza como moderado ou ousado", observa Dalledone. Quanto mais longe do título público, maior o risco.

Blindagem máxima

Atualmente, o conservadorismo nos investimentos se afirma como conduta razoável em relação ao cenário financeiro. "Há várias incertezas em relação ao tamanho da crise. É possível que este ano tenhamos quedas severas nas bolsas internacionais, com grande risco de contaminação local. É preciso se proteger", diz José Luis Costa Oreiro, professor de Macroeconomia Financeira do departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB).

Sobre o perfil do investidor conservador nos primeiros meses de 2009, Oreiro decreta: "Ele foge a todo custo da renda variável e até de fundos de renda fixa mais ousados". Nem as chamadas "ações de primeira linha" escapam, uma vez que também estariam expostas a uma possível "super-retração" do mercado.

Ao contrário de economistas que defendem a diversificação, Oreiro diz que o momento é de concentrar. "É o que chamamos de fuga para a qualidade, ou seja, investir em ativos líquidos e com baixo risco de perda de capital." O conservador de blindagem mais reforçada duvida, mesmo, de que ganhos e perdas em opções distintas se compensam, e resultam numa conta igual ou maior que zero. "Hoje, o risco está em tudo", pondera.

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