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Marianna Costa: garantia | Divulgação
Marianna Costa: garantia| Foto: Divulgação

Paciência e antiácido

Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, a crise fez com que desaparecessem da bolsa oportunidades de alta rentabilidade (que chegavam a ultrapassa 20% ao ano). Mesmo assim, com dinheiro na mão e um pouco de paciência, acredita, ainda é possível fazer bons negócios nos pregões. "É preciso, porém, ter estômago. A vantagem de quem tem um bom capital, atualmente, é poder investir em blue chips em baixa e enxergar isso como investimento de longo prazo", afirma.

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Dólar e ouro: uma "furada"?

Os especialistas ouvidos são unânimes em relação a ouro e moeda estrangeira. Segundo eles, o momento não é de investir nesses ativos, que, apesar de muito valorizados recentemente (e até mesmo por isso), não sinalizam uma mesma performance no futuro.

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Dia desses, enquanto passava o noticiário em uma tevê exposta em uma loja na Marechal Deodoro, um homem cantarolava "Pecado Capital", venerável samba de Paulinho da Viola: "Dinheiro na mão é vendaval. É vendaval. Na vida de um sonhador..." A poesia mostra num fragmento de ironia, até que ponto o jornalismo econômico se aproximou do jargão meteorológico.

A crise fez várias baixas na linha de frente da economia mundial, mas, apesar das dificuldades, muita gente conseguiu preservar parte do dinheiro. Ou seja, está lá, segurando seu macinho de notas em meio a um vendaval alheio e se perguntando como fazer para que seus próprios investimentos não se transformem em vento.

Se no capitalismo dinheiro é igual a poder, neste momento quem tem dinheiro anda especialmente poderoso. E exerce esse poder por meio da barganha, um antigo e salutar hábito. "Isso está acontecendo principalmente no mercado imobiliário e na compra de automóveis", conta a economista-chefe da Link Investimentos (de São Paulo), Marianna Costa.

Segundo ela, compras à vista nesses segmentos possibilitam diversas vantagens. As montadoras de veículos, por exemplo, por sofrerem com problemas de caixa, dão preferência para as compras em espécie. Assim, o consumidor sempre ganha alguma coisa: acessórios ou um abatimento no preço. "Já no caso dos imóveis, é possível conseguir bons descontos. Além disso, dadas as incertezas econômicas atuais, um imóvel é uma garantia", analisa Marianna.

Liquidez

Contudo, a diretora da Link lembra que liquidez é fundamental para qualquer carteira, coisa que os imóveis normalmente não garantem (muito menos neste momento). "O problema com esse tipo de ativo é que no momento de uma eventual venda emergencial há o risco de baixar o valor e, com isso, perder o que havia sido ganho na barganha de compra." Para Marianna, é preciso cuidado e sangue frio para que, na hora do aperto, o investidor não se veja "do outro lado da mesa" e passe a depender de um comprador endinheirado e ansioso para barganhar. Assim, explica, o jeito é deixar o receio excessivo de lado e, cercado de informações, buscar outras opções no mercado financeiro.

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