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O consultor Gustavo Cerbasi | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
O consultor Gustavo Cerbasi| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O brasileiro gasta tudo o que ganha. Quando poupa, costuma "encostar" o dinheiro em uma aplicação que se limita a acompanhar a inflação. Por isso, a maior parte da população não consegue planejar seu próprio futuro e volta e meia se vê presa a uma situação em que apenas administra o presente, saindo de uma dívida para cair em outra. A avaliação é do consultor financeiro e escritor Gustavo Cerbasi, que esteve ontem em Curitiba para participar da Expo Money, onde fez a palestra "Escolhas inteligentes em tempos de incertezas".

Cerbasi tem um modelo pouco ortodoxo de planejamento financeiro. Ele é baseado, em grande parte, na satisfação pessoal do investidor. Para o consultor, a família que precisa economizar não deve abrir mão dos gastos que considerar prioritários – mesmo aqueles tidos como supérfluos pelo senso comum. "Sou a favor da troca de casa – sair de um apartamento grande e se mudar para um pequeno – ou do carro – trocar um modelo confortável por um popular –, mas não concordo com o cancelamento da matrícula na academia de ginástica nem com deixar de ir ao jogo de futebol no fim de semana. Se essas são prioridades particulares de um indivíduo, ele deve mantê-las", diz.

A partir do momento em que o poupador corta tudo o que é ligado a lazer, conforto, cultura e entretenimento, diz o consultor, o planejamento financeiro vira um fardo e começa a ter grandes chances de não vingar. "É preciso uma verba mínima para qualidade de vida. Não se pode reservar todos os gastos só para pagar contas", defende. Além disso, outro ponto enfatizado pelo especialista é a necessidade de informação sobre o mundo das finanças. "O investidor precisa estar envolvido, ler jornais e assistir a palestras." De acordo com Cerbasi, a crise econômica mundial produziu um efeito ruim: as pessoas começaram a se afastar das informações sobre planejamento financeiro e sobre as melhores aplicações. "Vejo as pessoas mudando o plano de previdência privada misto, que tem uma parcela remunerada pela renda variável, para um muito conservador, de renda totalmente fixa. Isso é ruim." Para ele, este é o momento certo de se aplicar em ações. As empresas, principalmente as maiores e mais sólidas, tendem a superar as turbulências e crescer num ritmo de 15% ao ano, em média.

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