O consultor Raphael Cordeiro: é preciso entender quem gasta demais| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Um bom salário nem sempre é sinônimo de contas em dia. Não importa o quanto a pessoa ganhe, se não souber organizar suas finanças ela correrá sempre o risco de se ver endividada. Quem conta são os profissionais Augusto Sabóia e Raphael Cordeiro, que marcaram presença na Expo Money. Os dois são "personal financers", ou "planejadores financeiros pessoais", uma figura cada vez mais requisitada entre quem tem dificuldades em administrar sua vida financeira.

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Os dois colecionam exemplos de gente que ganha bem mas está sempre atolada em dívidas. "O problema é que todo mundo sabe ganhar dinheiro, mas ninguém sabe direito o que fazer com ele", diz Augusto Sabóia – que diz ter chegado ao primeiro milhão aos 26 anos e se viu "quebrado" aos 33. Hoje ele ajuda pessoas de todas as idades a não cometerem os erros que ele próprio cometeu.

O planejador, explica Raphael Cordeiro, é um misto de administrador e psicólogo. "Você tem que entender de números e finanças e ao mesmo tempo de pessoas e comportamento", diz. Ele conta, por exemplo, que são comuns os casos de casais com problemas no casamento porque têm perfis muito diferentes na administração das finanças.

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Para chegar à condição de planejador pessoal, é preciso estudar. "Tem que entender de contabilidade, de custos, de investimentos, de matemática", explica Sabóia. No Brasil, há um certificado por meio do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). O profissional certificado é o Certified Financial Planner (CFP). Há uma lista dos associados no site www.ibcpf.org.br. O trabalho destes profissionais custa algo entre R$ 300 por hora até algo como 1% do patrimônio depois que o objetivo é atingido.

Cordeiro diz que o planejador pessoal não tem fórmulas prontas. "O papel do consultor é ajudar a encontrar a estratégia certa. Não é dizer o que a pessoa deve fazer, mas sim alertar para o que ela não deve fazer", explica. E começar um planejamento, diz ele, não depende nem do quanto se ganha nem da idade da pessoa. "Hoje, com 60 anos, você pode ter mais 30 ainda de vida. E imagina o patrimônio que você constrói em 30 anos. É muito tempo."

Mas, para Sabóia, o ideal é começar cedo, gastando menos e investindo mais. "As pessoas não têm disciplina. Os adultos estão que nem criança se debatendo no chão da loja dizendo que querem um brinquedo. É a infantilização do consumidor."

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