Jurandir Jr: “Quanto antes, melhor"| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Expo Money

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Poucos produtos permanecem tanto tempo presentes na vida de alguém quanto um plano de previdência. A importância de pensar – e principalmente de poupar – sobre o produto que garante uma aposentadoria foi tema de destaque na programação da Expo Money, feira de educação financeira e investimentos encerrada ontem, em Curitiba.

Para o consultor Augusto Sabóia, a aposentadoria deixou de ser um fim em si mesmo para se tornar um meio de garantir uma vida financeira sustentável. "A velhice é uma coisa relativamente nova. Hoje vivemos em média 30 anos a mais depois da aposentadoria. E esse tempo a mais custa muito caro", ressalta.

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Mais importante do que o valor, diz ele, é ter disposição e planejamento para começar. Segundo o consultor, quem começa a depositar R$ 200 por mês aos 25 anos, pode chegar aos 65 com R$ 1 milhão. Quem começa a poupar aos 50 anos, por outro lado, precisará depositar R$ 8 mil todos os meses para se aposentar com a mesma quantia. A diferença é que, no primeiro caso, apenas 8% do capital será formado pelos depósitos, sendo o restante composto pela capitalização dos juros. No segundo, 92% do capital será formado por depósitos e apenas 8% pelos juros.

"O juro capitalizado é a varinha de condão, é onde a mágica acontece. Quem tem pouca idade deveria ter começado ontem. Quem tem mais idade deve se esforçar para comprar o passado e depositar duas ou três parcelas por mês para recuperar o tempo perdido", sugere Sabóia.

Educação financeira

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor do Itaú Jurandir Macedo Júnior também defende a tese do "quanto antes, melhor". "O fator fundamental dessa equação é o tempo. A previdência deve ser um hábito e começar com o primeiro salário", avalia.

Para ele, a educação financeira tem um papel fundamental para desenvolver essa consciência. "Mas a educação financeira ainda é muito falha porque o país conviveu muito tempo com a inflação. Ainda temos pessoas que sequer contribuem para a previdência oficial, que, apesar de tudo, funciona quase como um seguro e garante cobertura após a primeira contribuição", compara.

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Sem intermediário

O economista e consultor de investimentos Rafael Cordeiro ressalta que pensar na previdência não significa necessariamente contratar um plano oferecido pelo gerente do banco. "Com pequenos valores é possível acessar o mercado de capitais ou os títulos públicos, através do Tesouro Direto. A escolha deve ser adequada ao perfil e a disciplina em relação aos objetivos de cada um." Segundo ele, o investidor com um pouco mais de conhecimento consegue aumentar sua rentabilidade operando diretamente, ao invés de pagar as taxas de administração cobradas pelos bancos. Enquanto a taxa de administração de um Fundo de Índice (ETF) é de 0,6%, a de um fundo de previdência pode chegar a 5%. "Em dez anos, essa diferença pode chegar a 100%", compara.