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Diversificação

Educação desperta nova vocação para Foz

Fundações do campus da Unila, às margens de Itaipu, em Foz. Prédio é projeto de Oscar Niemeyer e deve se transformar em mais um ponto turístico da cidade | Marcos Labanca
Fundações do campus da Unila, às margens de Itaipu, em Foz. Prédio é projeto de Oscar Niemeyer e deve se transformar em mais um ponto turístico da cidade (Foto: Marcos Labanca)
Unidade da Cooperativa Lar, de Santa Helena, tem várias chocadeiras |

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Unidade da Cooperativa Lar, de Santa Helena, tem várias chocadeiras

No incubatório da Lar são produzidos 7,5 milhões de frangos por mês para os aviários da cooperativa |

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No incubatório da Lar são produzidos 7,5 milhões de frangos por mês para os aviários da cooperativa

A ampliação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e do Instituto Federal do Paraná (IFPR) a partir deste ano devem transformar Foz do Iguaçu em uma referência em educação e tecnologia no interior do estado até 2015 – um caminho semelhante ao que a Unioeste (também presente em Foz), os câmpus próximos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e sete instituições particulares levaram Cascavel a trilhar nos últimos tempos, trazendo mais industrialização e desenvolvimento ao Oeste do estado.

Em quatro anos, o número de alunos da cidade da tríplice fronteira deve dobrar para 25 mil, com um total de 10,5 mil alunos na Unila e 2,5 mil no IFPR.

"O grande papel das instituições públicas é fazer uma revolução educacional na região de Foz", afirma o diretor do IFPR na cidade, Luiz Carlos Eckstein. Segundo ele, boa parte dos cursos técnicos e superiores que a instituição está implantando, como o primeiro tecnólogo em Aquicultura, está voltada para uma vocação ainda embrionária da região: a exploração inteligente dos recursos naturais.

"Também apostamos no fortalecimento de nichos turísticos, como o gastronômico", complementa, citando o curso de técnico em Gastronomia, um dos cinco presenciais oferecidos no campus de Foz.

No caso da Unila, o desafio ainda é um pouco maior porque a instituição tem a tarefa política de promover a integração da América Latina e do Caribe. Criada em janeiro de 2010, a universidade é o maior investimento do governo federal no Oeste do Paraná desde a construção de Itaipu. A obra completa da sede da Unila está estimada em R$ 500 milhões. Para o prédio central, em construção desde julho de 2011 e com término previsto para 2013, são R$ 242 mil­­hões.

Os recursos saem do Ministério da Educação, via orçamento da União, com exceção de cerca de R$ 45 milhões para a construção da biblioteca, que sairá do Fundo de Desen­­volvimento Cultural do Mercosul (Focem). O terreno e o projeto, feito pelo escritório de Oscar Niemeyer e avaliado em R$ 11,3 milhões, foram bancados pela Itaipu Binacional.

A ideia é que metade dos futuros 10,5 mil alunos e 500 professores sejam estrangeiros. Neste ano, 387 dos 1,4 mil estudantes já virão de fora (Paraguai, Uruguai, Ar­­gentina, Peru, Chile e Bolívia, além de Colômbia, Equador e Venezuela). Para não se transformar em um símbolo de dinheiro público mal empregado, no entanto, o principal desafio da Unila é construir, com os países vizinhos, um mecanismo de intercâmbio educacional comum que funcione, com a menor burocracia possível.

Hoje os alunos de fora são escolhidos pelos órgãos de educação de cada país, com regras próprias. "Nossa tarefa [da Unila, do governo brasileiro e dos estrangeiros] é criar um processo mais transparente possível, em que o aluno de fora possa acessar sozinho a Unila, a exemplo do que hoje um aluno brasileiro faz para entrar em uma universidade norte-americana ou europeia. Ele reúne os documentos necessários e se se submete sozinho, sem interferências políticas, ao processo seletivo da instituição", opina o superintendente de Implantação do Campus da Unila, Paulino Motter. Tão importante quanto o acesso dos alunos estrangeiros à instituição também é a saída. O êxito da Unila dependerá de como os diplomas obtidos no Brasil poderão ser validados e usados nos países vizinhos.

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