Carlos Henrique Kasuya, presidente da Cintec: união é a forma de se fortalecer frente à concorrência das grandes empresas| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

As empresas da área de Tecnologia de Informação de Londrina resol­­ve­­ram unir forças para reduzir custos e fazer negócios. Uma central, pioneira no Brasil, ajuda as companhias do setor – a maioria de pequeno e médio porte – a con­­tratar serviços, captar recursos para pesquisa e até a estabelecer parcerias técnicas. Iniciativa simples que garante mais competitividade no mercado e, de quebra, es­­timula o intercâmbio tecnológico.

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A cidade abriga um Arranjo Produtivo Local (APL) da área da Tecnologia da Informação desde 2006, com 180 empresas. A Central de Inovação e Desenvol­­vimento de Negócios Tecnoló­gicos (Cintec) já reúne 56 empresas do Paraná e São Paulo, volume que deve dobrar em 2012, segundo Carlos Henrique Kasuya, presidente da central. "Já foram realizadas compras em conjunto de serviços como seguro de vida, plano de saúde, automóveis e vale-alimentação pela central. Os negócios movimentaram R$ 2 milhões, com uma economia de R$ 170 mil por ano", diz.

A parceria também funciona na captação de verba para pesquisa aplicada dentro das próprias empresas. Durante um ano, 16 companhias do APL terão um funcionário bolsista para trabalhar no desenvolvimento tecnológico e na área de testes de software.

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Segundo Kasuya, a intenção é criar uma rede de centrais no país. "Já funciona uma central em Sal­­vador e estão sendo formadas ou­­tras em Foz do Iguaçu, Curitiba e Pato Branco, e Ponta Grossa", afirma. A rede expandida tem potencial para englobar entre 400 e 500 empresas e cerca de 10 mil pessoas, segundo ele. Para fazer parte da Cintec, as empresas pagam mensalidades que entre R$ 30 e R$ 60, de acordo com o porte.

Kasuya, que dirige uma empresa de softwares aplicados a transporte de carga e logística, diz que a central também aproxima empresas de cooperações técnicas e fusões.

"Essa união de forças é uma forma de se fortalecer diante das grandes empresas, que têm escala e maior poder de negociação", diz ele, que vem engatando conversas com cerca de dez companhias do seu ramo.

De acordo com Lucio Kamiji, diretor do APL, instituições de ensino como a Universidade de Londri­na (UEL) e da Unifil, que há mais de duas décadas mantêm cursos ligados à Tecnologia de Informação, garantem formação de mão de obra para as empresas do APL. Mas ainda assim há um déficit porque muitos formandos não querem ficar na cidade e buscam mercados maiores. "Pelo menos 90% das va­­gas disponíveis nas empresas estão em aberto", completa Kasuya.

Apesar de ser um dos mais antigos APLs de software do estado, Londrina patina para formar seu parque tecnológico. O projeto, instituído em 2002, foi interrompido várias vezes e causa polêmica entre as empresas, que consideram a sua formatação (sem proximidade com uma instituição de ensino) e localização, em uma das saídas do município, inadequadas. Até agora, na área que teria potencial para atrair até 60 empresas, funciona apenas a Angelus, de equipamentos odontológicos. O diretor de Ciência e Tecnologia do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Marcus von Borstel, responsável pelo projeto, não deu retorno aos pedidos de entrevista da reportagem.

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