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Obstáculos

Infraestrutura e qualificação são desafios

Apesar do vigor da agropecuária e da indústria, as regiões Centro-Oriental, Centro-Sul e Sudeste, que reúnem um Pro­duto In­­ter­­no Bru­­to (PIB) de R$ 22 bi­­lhões, ainda terão de superar contrastes econômicos para alcançar um de­­senvol­vimen­­to de mé­­dio prazo. Sua principal cidade, Ponta Grossa exibe um PIB per capita de R$ 16,1 mil – abaixo da mé­­dia do estado, de R$ 17,7 mil, e equivalente a pouco mais de um terço do índice da vizinha Carambeí, a cam­­­­peã entre as cidades das três regiões, com R$ 49 mil.

Para Julio Suzuki, diretor de pesquisa do Instituto Para­naen­­se de Desenvolvimen­to Econô­­mico Social (Ipardes), uma ex­­plicação está na baixa qualificação e rendimento dos empregos gerados até agora. "A nova fase de industrialização de Ponta Grossa é uma oportunidade para se gerar empregos de maior qualificação e com maior remuneração e elevar o PIB per capita", diz.

Um caminho apontado por especialistas está na diversificação ainda maior da ma­­triz econômica. Se­­gundo o estudo Setores Porta­­dores de Futuro, da Federação das In­­dústrias do Paraná (Fiep), os mu­­nicípios dessas regiões têm po­­tencial para o desenvolvimento de áreas como microtecnologia, biotecnologia, energia, saúde, produtos de consumo, além dos segmentos metal-mecânico e agroalimentar.

Logística

Embora estejam na base de um entroncamento rodoferroviário, o que é um fator que facilita a atração de investimentos, as regiões exibem ainda gargalos logísticos importantes, como os altos custos do transporte, que im­­pactam em setores exportadores, como soja e madeira –ramos que representam boa parte de sua pauta de comércio exterior. "Quanto menor o valor agregado do produto, maior o peso dos custos de logística", afirma Suzuki.

Segundo Marcio Pauliki, pre­­sidente da Associação Co­­mercial e Industrial de Ponta Grossa, a infraestrutura de de­­sembaraço de produtos e de transporte precisa ser aprimorada. A construção de um ae­­roporto de cargas em Tibagi, orçado em R$ 3,5 bilhões, promete ser o principal projeto nesse sentido nos próximos anos, mas ainda depende de parcerias público-privadas pa­­ra sair do papel.

A Companhia Aeroportuá­ria Campos Gerais, responsável pela construção do aeroporto, já anunciou que espera começar a operar em três anos. O projeto prevê quatro pistas e possibilitará 7,5 mil pousos e decolagens por ano. O aeroporto terá ainda 8,8 mil metros quadrados de galpões para armazenagem e oito han­­gares. A ideia é ser um terminal centralizador de cargas para a América do Sul.

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