Capacitação
Paccar terá laboratório na UTFPR
A fabricante de caminhões Paccar vai montar um laboratório de formação de mão de obra dentro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Ponta Grossa, de olho na unidade que abrirá no Brasil em 2013. Serão usados os laboratórios de fundição, solda e metrologia da instituição. A montadora norte-americana, que faturou US$ 10,29 bilhões no ano passado, terá uma linha de produção de caminhões da marca DAF e vai precisar inicialmente de 150 engenheiros. "A existência de faculdades de Engenharia na região pesou na decisão da empresa vir para o Paraná", afirma Luiz Alberto Pilatti, coordenador da UTFPR na cidade. O câmpus vai formar neste ano a primeira turma de engenheiros. A universidade tem quatro cursos de Engenharia Mecânica, Eletrônica, Química e de Produção. (CR)
Depois de quase dez anos sem receber investimentos de grande porte, Ponta Grossa vive agora um novo ciclo de industrialização. Segundo maior polo industrial do estado atrás apenas da região de Curitiba a cidade é a "bola da vez" em investimentos e está atraindo cerca de R$ 1 bilhão em projetos, que deverão gerar aproximadamente 4 mil empregos.
A gigante norte-americana Paccar, fabricante de caminhões da marca DAF, lança nesta segunda-feira a pedra fundamental da sua primeira fábrica no Brasil, que ficará pronta em Ponta Grossa em 2013. Os investimentos da montadora, que somarão US$ 200 milhões (cerca de R$ 400 milhões) devem atrair cerca de 20 fornecedores, ampliando o polo metal-mecânico no município. "Acredito que o impacto da Paccar será o mesmo que a Volvo gerou para a Curitiba na década de 70. Ela vai mudar o perfil industrial da cidade", diz o secretário municipal de Indústria e Comércio, João Luiz Kovaleski.
O presidente mundial da Paccar, Mark Pigott, convidou as oito principais fornecedoras de autopeças da marca para o evento. "Dessas, pelo menos cinco vão precisar de novas fábricas para atender à demanda da Paccar no Brasil. Estamos otimistas com a vinda de fornecedores" afirma o secretário.
A expectativa é de que essa nova leva de investimentos duplique o Produto Interno Bruto (PIB) de Ponta Grossa hoje em R$ 5 bilhões em seis anos. "Pelo menos 70% da economia virá do setor industrial", projeta. Hoje 34% da economia da cidade, a quarta maior do estado em população, está relacionada à indústria.
Com o crescimento dos investimentos, estão surgindo novas áreas de expansão, como o novo distrito industrial, na região norte, ao redor da PR-151, na saída que leva para Carambeí, assinala a professora do departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Cleise Tupich Hilgemberg. Nessa nova área é que vai se instalar a Paccar e onde já está a Frísia, nova indústria de leite da cooperativa Batavo, que recebeu R$ 60 milhões em investimentos.
Com cerca de 8 milhões de metros quadrados, o distrito norte deve abrigar no futuro outras indústrias, como a nova fábrica da Ambev um investimento que pode chegar a R$ 300 milhões. São terrenos hoje ocupados pela agricultura principalmente com o cultivo de soja que no futuro serão substituídos por indústrias, diz Kovaleski. "A região sul da cidade, onde estão hoje as principais fábricas, já tem algumas limitações", afirma.
A vinda de novas indústrias, segundo Kovaleski, está relacionada, principalmente, aos incentivos do governo estadual e ao esgotamento das áreas para instalação na região de Curitiba. A proximidade da capital faz da cidade uma das primeiras opções de investimentos. Isoladamente, Ponta Grossa é hoje o município do estado que está recebendo a maior quantidade de projetos industriais. "O que antes era uma desvantagem para atrair projetos para cá hoje é o principal trunfo da cidade, além do fato de estar em um entroncamento rodoferroviário próximo de São Paulo e de portos", afirma.
Nova leva traz outras cinco indústrias
A onda de investimentos de Ponta Grossa inclui a chegada da Crown Alumínios, no início de 2011; a expansão da chilena BO Packaging, fornecedora do McDonalds que aplicou R$ 100 milhões em uma fábrica de embalagens própria; a instalação da THK, que montou um unidade de barras de direção, com recursos de R$ 70 milhões; da fabricante de fogões Braslar (R$ 30 milhões); e da InocBras, subsidiária da argentina Biolab, fabricante de defensivos agrícolas e fertilizantes (R$ 30 milhões).
Com 315 mil habitantes, Ponta Grossa viveu o primeiro grande ciclo de industrialização entre as décadas de 1960 e 1970 e o segundo no fim de 1990, quando vieram TetraPak (embalagens), Continental (pneus) e Masisa (painéis de madeira) empresas que também têm planos de expansão.
A fabricante sueca de embalagens cartonadas TetraPak, maior empresa do município, planeja dobrar a produção, em um investimento, que pode chegar a R$ 200 milhões, segundo Kovaleski. A Continental Pneus anunciou ampliação de R$ 15 milhões.
Ponta Grossa ainda disputa com Montenegro (RS) a nova fábrica de painéis de madeira da Masisa, orçada em R$ 180 milhões. A fábrica de Ponta Grossa ocupa hoje 100% da sua capacidade (300 mil metros cúbicos de painéis por ano) , segundo Jorge Hillmann, diretor geral no Brasil. "O mercado vem crescendo com o avanço da construção civil. Teremos de investir no aumento da capacidade no Brasil nos próximos anos."
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