Será elaborado neste ano o projeto de execução do trem de passageiros batizado de "Pé Vermelho", ligando Ibiporã a Paiçandu, nas regiões de Londrina e Maringá, ideia que já tem dez anos, tem estudo de viabilidade aprovado pelo Ministério dos Transportes e deve demandar investimentos entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões. Para sair do papel, no entanto, o projeto que prevê capacidade de transporte de cerca de 2 milhões de pessoas ainda precisa de recursos. Quem conta é Alexandre Farina, diretor executivo da agência de desenvolvimento Terra Roxa, organização não governamental criada para atrair investimentos para região.
A ideia exige a construção de uma nova linha férrea, paralela à operada hoje pela América Latina Logística (ALL). "A vantagem é a mesma faixa de domínio, o que reduz custos com novas desapropriações", afirma Farina.
A expectativa inicial é começar a construir o trem entre 2014 e 2015. Considerado mais rápido e barato do que o transporte rodoviário, o trem ligaria ao todo 13 cidades começando por Paiçandu, passando por Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina até terminar em Ibiporã.
Uma das possibilidades é que o trem seja do modelo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), composição de transporte que roda a uma velocidade entre 80 e 100 quilômetros por hora e viajaria em uma linha única. O grande desafio está na atração de investidores, com a formação de consórcios entre governo e iniciativa privada. Segundo Farina, em fevereiro o projeto deve ser apresentado a investidores em uma feira promovida pelo governo brasileiro no Oriente Médio.
Criada há seis anos e com um raio de ação que abrange 211 municípios no norte do Paraná, a Terra Roxa se inspira em um modelo de captação de recursos muito comum na Europa, mas que ainda é pouco usado no Brasil. "A ideia é pensar no desenvolvimento regional, que contemple um conjunto de municípios. A região de Londrina e Maringá tem condições de formar uma metrópole linear e se encaixa nesse modelo", diz.
Segundo Farina, para promover o desenvolvimento da região, a agência trabalha em quatro frentes: a atração de empresas "âncora" capazes de atrair também cadeia de fornecedores e com grande potencial de geração de empregos , apoio a vocações regionais, exploração de oportunidades e desenvolvimento de polos produtivos. Uma das principais ideias nesse sentido é a atração da taiwanesa Foxxcon, que deve investir entre US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões no Brasil e gerar 15 mil empregos.
O projeto, já apresentado aos chineses e ao governo brasileiro, oferece uma área em Arapongas como opção de construção de uma nova fábrica. Estão no páreo ainda Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas a decisão final ainda depende de parcerias financeiras e tecnológicas com bancos e empresas de tecnologia.