Entrar em um site, escolher um produto, fornecer o número do cartão de crédito e esperar. Depois de alguns dias, a compra é entregue em casa e o valor debitado, sem problemas. Esse deveria ser o maravilhoso mundo das compras pela internet. Mas não é todos os consumidores devem redobrar a atenção antes de efetivar uma transação pela internet.
O alerta é do consultor financeiro, especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor, Cláudio Boriola. Ele lembra que apesar de todos os avanços tecnológicos no sentido de trazer mais segurança para a internet, uma pesquisa realizada no final de 2005 pelo Comitê Gestor da Internet mostrou que somente 20% dos internautas (cerca de 4,8 milhões de pessoas) realizaram alguma compra online.
E dentre os motivos para não comprar pela rede está, segundo a pesquisa, o medo de ter informações pessoais expostas e também a questão de não poder avaliar o produto pessoalmente. O detalhe é que 59% das empresas que vendem pela internet têm um site próprio. Ou seja, boa parte das lojas virtuais ainda efetua suas vendas por e-mail, menos seguras.
De qualquer modo e independentemente do tipo de produto que se pretende adquirir, há uma série de cuidados a serem adotados, conforme destaca o consultor.
- Numa compra online, você tem até sete dias para devolver um produto que não o tenha agradado, com direito à restituição de todo o valor pago. Procure imprimir ou salvar no computador as imagens do produto e todos os passos da venda para tirar as dúvidas no caso de qualquer informação incorreta. Além de e-mail, a loja deve apresentar formas físicas de contato, como endereço e telefone para informações - explica.
Boriola lembra, ainda, que na internet, também vale a lei do "barato sai caro". Ou seja, o internauta deve desconfiar de preços muito baratos e de condições de pagamento muito maleáveis. Em sites de leilão, em que o vendedor é uma pessoa física, assim como você, a atenção precisa ser redobrada, alerta Boriola.
- Na maioria das vezes, o produto é enviado pelos Correios e o pagamento é feito antecipadamente, por depósito bancário. A saída não é muito barata, mas os Correios oferecem uma opção chamada Sedex a Cobrar. Você só paga quando receber o produto, na agência de correio mais próxima de sua casa - sugere.
Para o especialista, quem usa o computador e o telefone para fazer transações bancárias tem de adotar medidas de proteção específicas, exatamente como quem preenche um cheque ou anda com dinheiro no bolso.
- É possível diminuir os riscos seguindo algumas regrinhas básicas. Não forneça dados pessoais ou senhas e muito menos siga as instruções mediante pedidos por telefone ou e-mail, mesmo que o interlocutor diga que é de uma empresa conhecida no mercado - ressalta.
Claudio Boriola, autor do livro "Paz, Saúde e Crédito", batizado por Paulo Henrique Amorim como "a bíblia dos endividados" observa, ainda, que algumas administradoras de cartão de crédito têm oferecido um serviço diferenciado que visa informar seus usuários pelo celular a respeito de qualquer movimento que venha ser efetuado com o cartão.
- Procure a sua administradora de cartão de crédito para ativar o envio de qualquer informação, assim você estará bem informado. E não se esqueça de manter atualizado o sistema operacional de seu computador, utilize antivírus e firewall originais. O sistema operacional contribuirá, e muito, para evitar que algum invasor pegue seus dados em seu computador - explica.
Finalmente, o especialista aconselha os internautas a apagarem, o mais rapidamente possível, e-mails indesejáveis e de procedência desconhecida, e a não abrir mensagens que contenham arquivos anexos. Essas mensagens, segundo ele, devem ser eliminadas. Boriola aconselha ainda os internautas a nunca informarem dados de sua vida financeira pela internet.