Um recado para varejistas sem disposição para investir em treinamento e capacitação dos funcionários: é melhor não comparecer à palestra do consultor Moacir Moura, amanhã, no Castelo do Batel, em Curitiba, pois há o risco de levar um puxão de orelha. O especialista é defensor da melhoria contínua da qualidade.

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Com experiência no varejo de Curitiba e São Paulo e clientes do porte do Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Frimesa e Bradesco, Moura fala a convidados do caderno de Economia da Gazeta do Povo, no "Papo de Mercado", ciclo de palestras que recebeu, em junho, o presidente da CVC Turismo, Guilherme Paulus.

Com o tema "Os segredos do varejo como fonte de inspiração para seu negócio", o consultor promete tratar das maiores tendências desse mercado, como o crescimento da preferência por lojas pequenas e as mudanças de hábito do consumidor, com refeições fora de casa, mais pesquisa antes da compra e muito acesso à informação. "Quero mostrar uma prática de varejo mais sintonizada com essa nova realidade", diz.

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Segundo ele, há poucos anos era suficiente fazer uma boa propaganda para atrair um consumidor e realizar a venda. "Hoje você até traz o cliente, mas ele é mal aproveitado. É preciso reaprender a vender", diz.

Entre os erros mais comuns, segundo ele, estão não atender bem o cliente e manter uma equipe pouco comprometida, sem treinamento. "O mercado é quase uma escola. Não basta ser formado e ter MBA. Precisa ter a magia da prática e espírito de equipe."

Do outro lado do balcão, o consumidor aprendeu que não é mais preciso ansiedade na hora das compras. "Hoje ele está sereno, não se importa com grandes promoções porque sabe que, no dia seguinte, o preço será o mesmo. Ou até menor." Moura ri dos orçamentos que ainda trazem ressalva de validade, um hábito adquirido na era da inflação alta. "Hoje o risco é o preço cair depois do prazo."

A falta de tino e de informação no varejo foram suas inspirações para escrever o livro Os Segredos da Loja que Vende. "Nossa cultura considera cliente aquele que ainda não comprou", lamenta. Apesar de perceber muitas falhas, Moura confessa que, para ele, nada é tão emocionante quanto o varejo. "Estar próximo do consumidor exige reações rápidas." Ele cita como exemplo a rede catarinense Salfer, para a qual realizou um treinamento. Depois de uma trajetória de crescimento exemplar, a varejista entrou para a última edição da Revista Exame Maiores e Melhores.

"Outro exemplo interessante é a Móveis Campo Largo, que conseguiu ultrapassar várias barreiras e alcançar os 45 anos", afirma. Para ele, o desafio maior das marcas é manter a estabilidade do investimento em melhorias. Sem parar.

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