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casa própria

Especialistas recomendam cautela com nova regra de financiamento

A partir de agora, os mutuários devem redobrar a atenção nos cálculos dos contratos de financiamento para a compra da casa própria.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu nesta quarta-feira a regra que permite empréstimos habitacionais com juros prefixados, mediante o uso da Taxa Referencial (TR) média apurada nos 90 dias anteriores ao mês de assinatura do contrato acrescida de até 12% ao ano.

Mas, segundo analistas, em alguns casos a medida pode não ser vantajosa.

Os bancos poderão oferecer três tipos de financiamentos ao mutuário: quando a prestação for fixa, os juros poderão vir com ou sem o custo da Taxa Referencial (TR) embutido no cálculo das parcelas e se as prestações forem variáveis a correção monetária será feita mensalmente.

Simulações feitas pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), considerando financiamentos de R$ 100 mil, em 15 anos, mostram que, na comparação de um empréstimo sem TR com o tradicional do SFH (TR mais 12% ao ano), haveria uma economia de R$ 41.907,62 no pagamento final do crédito mais os encargos. Com a TR "travada", a redução é de R$ 26.287,64.

Apesar do ganho evidente, o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, recomenda cautela. Para ele, quem está planejando comprar a casa própria deve adiar a decisão até que o mercado se defina:

— Quem optar pela TR "travada", por exemplo, pode vir a pagar mais que quem tiver um financiamento tradicional. A tendência é de queda da taxa — assinala.

De acordo com outra simulação, do economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), para um valor financiado de R$ 100 mil em dez anos, o valor das prestações será de R$ 1.512,04, do primeiro ao último mês.

— A melhor alternativa para o mutuário nesse momento é esperar. Com a competitividade entre os bancos, as taxas deverão cair ainda mais — afirma Oliveira.

Para o vice-presidente do Sindicato da Habitação (Sevoci-SP), João Crestana, quem quiser correr menos riscos vai optar pelo financiamento com prestação fixa. Segundo o diretor-geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Osvaldo Fonseca, a tendência é de que os bancos utilizem a tabela Price — que permite parcelas fixas — no financiamento com a TR embutida.

— O brasileiro tem aversão a prestações pós-fixadas — lembra o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Décio Tenerello.

O economista Luiz Carlos Ewald, da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que num cenário de competição, deve-se avaliar, além das condições de financiamento, as tarifas de crédito cobradas pelo banco:

— Alguns bancos podem oferecer linhas aparentemente mais vantajosas, mas há taxas de administração que acabam encarecendo o empréstimo — explicou.

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