Curitiba O monopólio feminino nas prateleiras dos banheiros parece estar chegando ao fim. É bem provável que, em um futuro próximo, elas tenham de dividir com maridos, filhos ou irmãos o espaço no armário de cosméticos. Pelo menos essa é a expectativa da indústria, que vem investindo forte no público masculino. Só no segmento de produtos especificamente para homens, como itens para barbear e colônias, o setor espera aumentar seu faturamento em 19,9% neste ano, em comparação com os números de 2004 (cerca de R$ 1,2 bilhão), segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (Abhipec).
Mas não é só isso. Alguns produtos começam a ganhar versões especiais para eles. Estão nesta lista cremes anti-envelhecimento, tintura para cabelo e até esmalte. "As empresas estão investindo em linhas específicas para homens", afirma o presidente da Abhipec, João Carlos Basílio da Silva.
Uma das empresas que estão apostando nessa tendência é a Niasi, fabricante da marca de esmaltes Risque. "O homem deixou de lado o preconceito e está assumindo a sua vaidade", diz a gerente de marketing, Soraia Ferretti. Segundo a executiva, a empresa investiu R$ 1 milhão no desenvolvimento da recém lançada linha específica para o público masculino, da qual fazem parte esmaltes (foscos e com pouco brilho) e tinturas para cabelo.
Dentro de um ano, a expectativa da empresa é que a divisão masculina represente 5% do faturamento total da companhia. A criação das linhas, segundo Soraia, levou 12 meses. "Elas foram desenvolvidas para atender às necessidades específicas dos homens."
Para o gerente de beleza da Mundial, Marcelo Mancini, o homem está buscando cada vez mais se cuidar, mas o mercado ainda é carente de produtos específicos para eles. A empresa, líder no segmento de produtos como alicates e escovas, está lançando sua primeira linha de cosméticos este mês com a proposta de atender justamente a essa demanda. Segundo Mancini, a Mundial investiu R$ 6 milhões no desenvolvimento da linha. Com o lançamento, a empresa espera abocanhar 5% do mercado voltado ao público masculino. A venda desses produtos, desde lâminas de barbear até cosméticos, movimenta em média R$ 1,4 bilhão, segundo o executivo.
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