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Esportes emergentes ganham fôlego e alavancam novos negócios

Fabíola Marques, da loja Terra do Esporte: fluxo de vendas cresce com a chegada dos campeonatos de beisebol e futebol americano. | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Fabíola Marques, da loja Terra do Esporte: fluxo de vendas cresce com a chegada dos campeonatos de beisebol e futebol americano. (Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo)

A popularização de esportes poucos tradicionais no Brasil, como futebol americano e rugby, está acelerando o surgimento e a expansão de negócios focados nessas modalidades, que já constituem um nicho relevante. Fabricantes de materiais esportivos, emissoras de televisão e lojas virtuais são os principais beneficiados pela consolidação do novo público consumidor, interessado nos campeonatos estrangeiros e, eventualmente, praticante dessas modalidades.

Dois esportes americanos ganharam, neste ano, relevância na tevê a cabo brasileira, refletindo esse interesse crescente: o SporTV passou a transmitir jogos da liga de basquete (NBA), enquanto a ESPN registrou a maior audiência de um jogo de futebol americano para canais fechados do país, com 500 mil pessoas assistindo ao Super Bowl, jogo final da liga do esporte (NFL).

O crescimento de público tem impacto nas receitas de quem transmite as partidas. A ESPN dobrou, entre 2013 e 2014, o volume de recursos arrecadados com a venda de publicidade para a temporada de futebol americano. O canal, que durante alguns anos transmitiu os jogos sem cobrir as despesas, opera no azul há cerca de três anos. “Depois do investimento acumulado e do esforço contínuo, os resultados começaram a vir – e foram surpreendentes, inclusive para os americanos. Temos tido um crescimento fantástico”, diz o diretor-geral da emissora no Brasil, German Hartenstein.

O crescimento do nicho está diretamente relacionado à consolidação da prática desses esportes entre os brasileiros, com a organização de ligas e de campeonatos nacionais – neste ano, pela primeira vez, o Brasil irá disputar o Mundial de futebol americano, em julho. Contribui para isso o interesse das próprias ligas no mercado local: NBA e MLB têm promovido diversos eventos no país, como jogos amistosos e programas de treinamento.

Lojas virtuais crescem

O varejo, em especial o virtual, também se beneficia do fenômeno. A Netshoes, líder no e-commerce de artigos esportivos no Brasil, percebeu o potencial do mercado e, no último ano, ampliou em sete vezes o volume de produtos relacionados ao futebol americano, que chegaram a 140 itens – nos próximos meses, a meta é chegar 200, de todos os 32 times da liga. “A modalidade está muito em evidência. O torcedor ou praticante está mostrando cada vez mais afinidade com os times, procurando produtos específicos de cada equipe”, conta o diretor comercial da empresa, Marcelo Chammas.

A Big4, sediada em Santa Catarina e uma das pioneiras na venda virtual de artigos dos esportes americanos, teve crescimento de 150% nas vendas ligadas à NFL em 2014. O esporte é responsável por cerca de metade das vendas da loja, seguido pelo beisebol. A empresa fechou, recentemente, uma parceria internacional para vender equipamentos profissionais da modalidade (leia mais nesta página).

Fornecedora oficial de bonés das ligas de beisebol e futebol americano, a New Era inaugurou há sete meses uma loja virtual, que tem colhido bons resultados. O carro-chefe é a MLB, que responde por metades das vendas do site e que tem no uso do boné uma tradição entre atletas e torcedores.

O fluxo de vendas costuma ser sazonal, variando conforme o período do ano. “Quando chega a época de campeonatos, a procura aumenta e os produtos saem consideravelmente”, conta Fabíola Marques, responsável do departamento de marketing da loja Terra do Esporte, que vende produtos de beisebol e futebol americano em Curitiba.

Esse comportamento atrelado à disputa de competições é visto como mais um sinal de que o público está se fidelizando ao esporte e sustenta as expectativas de crescimento contínuo do nicho nos próximos anos.

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