Em tempos de desemprego nos centros mais populosos do mundo, há cidades em que a escassez de mão de obra fez as autoridades lançarem programas de incentivo para receber novos moradores.
É o caso da pequena cidade de Kaitangata, na Nova Zelândia, que abriga atualmente cerca de 800 pessoas. Diante da oferta de casas e empregos sem demanda, o governo se juntou aos empresários locais para oferecer vagas de trabalho e descontos na compra de moradia.
O estado de Maine, nos Estados Unidos, da mesma forma, divulgou o programa “Visit for a Week, Stay for a Lifetime” (“Visite por uma semana, fique a vida toda”), que paga para o eventual turista fixar residência. Isso porque faltam profissionais especializados por lá, o que compromete o crescimento da economia estadual.
Na Nova Zelândia, a ideia é atrair cidadãos de cidades grandes, como Auckland – a maior da Nova Zelândia –, que padecem com o enxugamento dos efetivos nas empresas e com o alto custo da moradia. A metrópole inclusive, ao contrário das áreas rurais do país, vai passar a pagar neste mês moradia social para pessoas saírem de lá.
Mas, na região de Clutha, onde fica Kaitangata por exemplo, há cerca de mil vagas de emprego à espera de candidatos.
“Quando eu estava desempregado e tinha uma família para alimentar, Clutha me deu uma chance, e agora a gente quer oferecer essa oportunidade para outras famílias kiwi [apelido dos neozelandeses] que possam estar em dificuldade”, afirmou ao “Guardian” o prefeito Bryan Cadogen. “O desemprego de jovens aqui está em dois. Não 2% – só duas pessoas jovens estão desempregadas.”
O distrito, que enfrenta baixa taxa de natalidade e envelhecimento da força de trabalho, ainda divulgou um documento em que discute a competição das cidades rurais por imigrantes para atrair novos residentes e manter a população.
No estado de Maine, nos EUA, o programa para convencer turistas a ficar parte da iniciativa de pagar o custo das férias de quem decidir, ao fim delas, continuar a viver no estado. Como a concorrência por emprego é baixa, segundo o governo local, o principal ativo oferecido é a possibilidade de ascensão profissional, ainda mais nas áreas que demandam mão de obra especializada. Segundo o Departamento de Trabalho do Estado, mesmo que toda a população nascida em Maine não se mudasse nos próximos 16 anos, o mercado de trabalho mostraria um déficit de 100 mil trabalhadores.