O Paraná perdeu em 2008 a vice- liderança no ranking de estados produtores de cana-de-açúcar, ultrapassado por Minas Gerais e Goiás. Com larga vantagem, São Paulo continua sendo o maior produtor do país. "Em mais um ou dois anos, também vamos perder a quarta colocação para o Mato Grosso do Sul, estado que vem elevando a capacidade produtiva, enquanto a nossa diminui", avalia o superintendente da Alcopar, José Adriano da Silva Dias.
"O que falta para o setor no Paraná é capacidade de investimento. O setor como um todo deu uma estagnada desde 2008, em função da crise, e não vem mais conseguindo nem mesmo manter sua capacidade produtiva" alerta.
Para Dias, o país está à beira de viver um descompasso entre a produção e a demanda. "As usinas pararam de investir. A safra vem diminuindo. Por outro lado, a indústria automobilística foi incentivada e vem batendo recorde atrás de recorde." Segundo ele, neste ano a produção de etanol será 10% menor que a de 2010 que, em virtude do aperto entre oferta e demanda, já havia resultado em forte pressão nos preços durante a entressafra.
"O preço da gasolina é administrado desde 2009, enquanto o álcool está sujeito a 'n' variações de custos. O etanol não tem esse subsídio. Temos a mão de obra, inflação, energia elétrica, flutuação da safra. O custo sobe ano após ano, o que está gerando uma perda de competitividade do etanol ante a gasolina. Vai chegar um momento em que o consumidor deixará de optar pelos carros flex", aponta Dias.