Curitiba A Secretaria de Agricultura começou ontem a instalar as barreiras sanitárias na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (Norte do estado), onde, segundo o Ministério da Agricultura, há um foco de febre aftosa. As medidas foram tomadas assim que chegou à secretaria o comunicado oficial do ministério, no início da tarde. Os técnicos do Departamento de Fiscalização, Defesa e Sanidade Agropecuária (Defis) iniciaram os trabalhos de interdição da propriedade que já estava sendo monitorada desde as suspeitas da doença no estado ; implementação das barreiras volantes e delimitação da área de risco, no raio de 10 quilômetros, que atinge outros cinco municípios: Assaí, Nova América da Colina, Santa Cecília do Pavão, Santo Antônio do Paraíso e Nova Fátima. A secretaria não fala, no entanto, em abate dos animais.
O secretário de Agricultura e vice-governador, Orlando Pessuti, não comentou o assunto. A assessoria de imprensa da secretaria informou que não conseguiu contato com o secretário, em viagem à região de Cascavel. A posição oficial do governo até agora é de contestar judicialmente o laudo, uma vez que os resultados sorólogicos dos exames foram inconclusivos.
O governador Roberto Requião reiterou ontem que entrará com ações judiciais contra o ministério . "O Paraná está pagando por erro e irresponsabilidade. Nós vamos até as últimas conseqüências porque este assunto não é brincadeira", afirmou o governador, em declaração veiculada pela Agência Estadual de Notícias.
Para o governo, há necessidade de continuidade dos exames para ver se os animais da Fazenda Cachoeira, que apresentaram sorologia positiva e vieram da Fazenda Bonanza, em Mato Grosso do Sul, realmente possuem o vírus causador da doença. A alegação é que a positividade na sorologia pode ser reação à vacina.
Abate
Se o governo mantiver a posição que vem defendendo, o mais provável será o abate sanitário dos animais, em frigoríficos. Neste caso, há aproveitamento da carne, e o estado só recupera o status de área livre de aftosa com vacinação, obtido em 2000, em um ano e meio.
A outra opção seria o sacrifício sanitário de todo o rebanho da propriedade, independentemente do número de cabeças contaminadas. Neste caso, o gado deve ser enterrado no local para evitar propagação do vírus. Desta forma o estado recuperaria o status de área livre de aftosa em seis meses.
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