O governo do estado tem implantado, desde 2003, uma política de gestão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que tem como uma de suas metas estimular as pequenas e médias empresas e empreendimentos que pretendem se instalar em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A desoneração, que abrangeu também itens da cesta básica e as compras feitas por empresas dentro do estado, tende a reduzir os custos de produção, mas não compensa os efeitos da política econômica federal sobre a economia local.
Os juros brasileiros foram elevados entre 2004 e 2005 para reduzir a atividade econômica e conter a inflação. Um dos efeitos colaterais dessa estratégia foi a valorização do real, que derrubou os preços de produtos agrícolas cotados em dólares. Esse fator, somado à seca do início de 2005, fez com que o PIB agrícola do Paraná caísse mais de 4% no ano passado. A crítica do governador Roberto Requião à Lei Kandir está ligada à vulnerabilidade do setor agrícola às variações da política econômica. Requião defende uma linha com maiores incentivos ao beneficiamento das matérias-primas dentro do país. O que não significa que a indústria é imune à valorização do câmbio, como mostra a redução nos embarques de automóveis no início de 2006. (GO)
