Os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os dois principais estados no abate de bovinos do país, demonstraram preocupação em relação às possíveis consequências da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, no consumo interno e externo de proteínas.
O governo de Mato Grosso realizou ainda na sexta-feira uma reunião emergencial com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), representantes do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) e do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac). Os representantes devem se reunir novamente na próxima semana com todo o setor para “tratar das ações pertinentes que devem ser tomadas para a preservação dos mercados internacionais”, afirmou o governo. Em nota, a Sedec disse também que os reais impactos ainda não podem ser totalmente avaliados, “pois dependem da postura dos países compradores da carne brasileira”.
Temer convoca reuniões para tratar de impactos da operação Carne Fraca
Governo está preocupado com consequências do escândalo de adulteração de alimentos nas exportações do setor; vários países já pediram esclarecimentos
Leia a matéria completaEm Mato Grosso do Sul, o governo do estado disse que está preocupado com a repercussão negativa que a operação pode surtir no mercado consumidor. “Como um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do país, Mato Grosso do Sul pode ser seriamente prejudicado caso os fatos não sejam claramente esclarecidos e pairem dúvidas nos consumidores”, disse o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
O secretário criticou a forma como a operação está sendo divulgada. “A forma de divulgação das notícias tem apresentado o problema maior que ele é”, disse. Ele, no entanto, defendeu a tomada de medidas rápidas para dar segurança e para que o Brasil não corra o risco de perder mercados internacionais.
O secretário sul-mato-grossense deve ir para Brasília na terça-feira para buscar informações adicionais junto ao Ministério da Agricultura e verificar quais ações podem ser adotadas no estado “para que o Mato Grosso do Sul, como importante exportador, não tenha impactos negativos na cadeia produtiva bovina”. Em 2016, Mato Grosso foi responsável por 15,4% das 29,67 milhões de cabeças de bovinos abatidas no Brasil. Em segundo lugar, Mato Grosso do Sul teve 11,1% de participação nesta produção.
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