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Cerca de 3 mil funcionários do Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, foram desligados da empresa por meio de uma carta recebida na manhã desta segunda-feira (14), ao chegarem ao local de trabalho, que estava com os portões lacrados.

Na mensagem, assinada pela presidência do estaleiro – controlado pela holding Synergy Shipyards –, a empresa justifica que o corte de pessoal é consequência dos impactos da recessão econômica e da Lava Jato, “que paralisou as atividades da indústria naval e de offshore”. “A única alternativa para manter o estaleiro funcionando é diminuir ao máximo os custos operacionais”, argumenta.

“Com muita tristeza e dor nos vemos na necessidade imediata de realizar corte de pessoal. Comunicamos por meio desta que estamos efetuando a rescisão do seu contrato de trabalho, dia 11/12, devendo encerrar suas atividades de forma imediata”, informou em carta. Após receberam a mensagem, os metalúrgicos caminharam em uma manifestação até o Aeroporto Galeão. A diretoria do esteleiro e do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio) se reúnem às 15h para discutir as rescisões.

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Direitos trabalhistas

O presidente do Sindimental-Rio, Jesus Cardoso, teme que os funcionários desligados fiquem sem receber direitos como 13° salário, pagamento de multa e férias, além do reajuste salarial de 9,8% recentemente aprovado, que é retroativo ao mês de outubro e ainda não foi pago pela empresa. Procurado pelo Globo, o estaleiro não quis comentar a respeito.

“Há quatro meses a mesma empresa demitiu 700 metalúrgicos do Estaleiro Mauá, e até hoje não receberam nada. A empresa já estava com dificuldades de pagar os funcionários. Só estava pagando até R$ 3 mil por mês, mesmo a quem ganhava mais. Fomos totalmente surpreendidos pelos portões lacrados com chapa de aço e a carta. Queremos nossos direitos”, ressalta Cardoso.

Na mensagem, a empresa diz, ainda, que fará “o possível para continuar com as negociações de retomada do estaleiro, e o mais breve possível poder reincorporar aqueles que estão sendo desligados e desejarem reassumir suas funções na empresa”.

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