O governo sofre para conseguir cortar entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões do Orçamento de 2011, mas números divulgados na sexta-feira mostram que nem todo o dinheiro disponibilizado é gasto. Em 2010, as empresas estatais deixaram sobrar R$ 17,9 bilhões em investimentos, segundo balanço publicado no Diário Oficial. De um total de R$ 102,1 bilhões em obras, projetos e serviços programados, as empresas federais gastaram R$ 84,2 bilhões, ou 82,4% do total.
O índice de realização mais baixo é da Telebrás, que conseguiu aplicar 1,2% dos R$ 316,9 milhões disponíveis. O programa de inclusão digital, sob responsabilidade da estatal, não investiu nenhum centavo dos R$ 300 milhões a ele destinados, segundo os dados publicados pelo Ministério do Planejamento.
"A explicação é singela", disse o presidente da Telebrás, Rogério Santanna. "Esses R$ 300 milhões só foram autorizados no dia 28 de dezembro, então eu estava de mãos amarradas. Não podia gastar, senão ia preso."
Santanna explicou que o governo encaminhou ao Congresso, em meados de 2010, um pedido de autorização de recursos para implementar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). "Esse projeto de lei foi sabotado pela oposição o tempo todo", disse. O dinheiro só foi liberado pela Medida Provisória 515, publicada em 28 de dezembro. "Foi no apagar das luzes", disse.
Do total de investimentos a cargo das estatais em 2010, 93,4% estão concentrados no Ministério de Minas e Energia, que tem sob sua responsabilidade a Petrobrás e a Eletrobrás. Mesmo nessa pasta, os gastos não atingiram o total autorizado. Foram realizados 83,9% do previsto. Os programas para distribuição de petróleo e derivados, por exemplo, aplicaram 99,6% do previsto. No refino de petróleo, a realização atingiu 84,8%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast