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Estatais melhoram gestão e recuperam valor perdido de mercado

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Três estatais ganharam valor de mercado nos últimos meses após um período marcado por quedas e perdas no governo de Dilma Rousseff (PT). Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobrás conquistaram pontos com o mercado após tomarem uma série de medidas para fazer caber despesas e investimentos nos seus orçamentos. Na prática, a avaliação positiva da atuação das novas gestões se traduziu na forte recuperação no valor dos papéis das empresas.

INFOGRÁFICO: Veja a evolução do valor de mercado das estatais

A Petrobras foi a primeira a sinalizar que tomaria atitudes duras para reverter a situação ruim de caixa já no primeiro trimestre do ano, ainda durante a administração de Aldemir Bendine. Mas foi somente em junho, já sob a gestão de Pedro Parente, que a estatal acelerou a venda de ativos não estratégicos, divulgou uma nova política de preços para combustíveis e anunciou um plano de negócios focado na desalavancagem.

“Durante este ano as ações subiram muito na expectativa que as atitudes tomadas trouxessem bons frutos. E elas começaram a dar esses frutos”, destaca Luiz Francisco Caetano, analista da Planner. O valor de mercado da companhia passou de R$ 123,3 bilhões, quando Parente assumiu a presidência em 1º de junho, para R$ 237,8 bilhões no início deste mês. Um aumento de 92,8%. Já as ações ordinárias da empresa saltaram cerca de 70% no período, de R$ 10,41 para R$ 17,56.

Até agora, a Petrobras somou cerca de US$ 11 bilhões em desinvestimentos, incluindo a venda da Liquigás para a Ultragaz, subsidiária da Ultrapar, por R$ 2,8 bilhões. A meta da estatal para a venda de ativos é de US$ 15,1 bilhões no biênio 2015-2016. Ou seja, a empresa ainda precisa garantir a comercialização de US$ 4,1 bilhões em ativos até o fim do ano.

O Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) da empresa conseguiu a adesão de 11.704 empregados. A previsão é que as demissões tenham um custo de R$ 4,4 bilhões, mas gerem uma economia de R$ 33 bilhões até 2020.

Banco do Brasil

Outra estatal que está correndo atrás de mais eficiência é o Banco do Brasil (BB), que anunciou uma reestruturação no fim de semana passado. O programa inclui o fechamento de agências e a criação de um plano de aposentadoria antecipada. Ao todo, 379 agências serão transformadas em postos de atendimento e outras 402 serão encerradas.

A abertura do Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) deve reduzir 9 mil vagas. Hoje 18 mil funcionários estariam aptos a aderir voluntariamente ao programa, que dá como incentivo 12 salários mais uma indenização por tempo de serviço. “Os planos de demissão e aposentadoria voluntária são a forma mais rápida de mostrar resultado. O custo-benefício vem logo”, afirma o analista Victor Martins, da Planner.

A reestruturação anunciada pela gestão de Paulo Rogério Caffarelli animou o mercado e as ações do BB valorizaram 9,2% somente no acumulado de segunda e terça-feira seguintes ao anúncio, feito no domingo (20). No mesmo período, os papéis dos seus principais concorrentes subiram bem menos. O Itaú registrou alta de 1,1% e o Bradesco de 1,3%. “Foi mais um resultado da efetivação do que o banco vinha prometendo”, avalia Martins. Até terça-feira da semana passada (22), as ações do BB registravam uma alta de 102% desde o início do ano.

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