Grandes estatais federais dispensaram 21,6 mil funcionários em planos de demissão voluntária (PDVs) desde o início de 2015. E planejam cortar até 60 mil vagas em novos programas desse tipo.
Por estimularem a saída de pessoas que já têm condições de se aposentar, algumas dessas ações são tratadas como planos de aposentadoria incentivada. Mas, na prática, o objetivo é sempre o mesmo: reduzir o quadro de pessoal em meio à recessão e à grave crise fiscal do governo.
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A estatal que mais demitiu por meio de PDVs nos últimos anos foi a Petrobras. Quase 8 mil funcionários deixaram a empresa em dois programas. O mais recente já encerrou o prazo de adesões, mas ainda não concluiu todas as dispensas. Quando isso ocorrer, mais 8 mil pessoas, aproximadamente, entrarão para a estatística.
A Petrobras também planeja fazer PDVs para as subsidiárias que serão vendidas ou que ganharão sócios privados, como a BR Distribuidora.
Também vão enxugar sua folha de pagamento os dois maiores bancos estatais. A Caixa dispensou 5,3 mil pessoas de 2015 para cá, e planeja cortar mais 11 mil, como parte de um enxugamento de estrutura que pode resultar no fechamento de 100 agências.
O Banco do Brasil, com 5 mil demissões já efetivadas, pode cortar mais 18 mil funcionários. Também está nos planos o fechamento de 402 agências e a transformação de 379 filiais em postos de atendimento.
Outras estatais que anunciaram grandes PDVs recentemente foram a Eletrobras, que pretende fechar cerca de 5,6 mil postos de trabalho, e os Correios, com meta de 8 mil adesões.
Também realizaram PDVs ou estão prestes a iniciar empresas como Infraero, Serpro, Banco da Amazônia, Dataprev, Conab e Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM).
Confira abaixo a lista completa, que reúne informações do Ministério do Planejamento e das próprias empresas, e também números que ainda não foram anunciados oficialmente pelas companhias:
Empresa | Demissões via PDV desde 2015 | Demissões via PDV planejadas |
Banco do Brasil | 4.992 | 18.000 |
Caixa | 5.263 | 11.000 |
Petrobras | 7.961 | 8.000 |
Correios | - | 8.000 |
Eletrobras | - | 5.658 |
Serpro | 532 | 4.373 |
Infraero | 2.582 | 2.000 |
Conab | - | 1.670 |
Banco da Amazônia | 240 | 622 |
CPRM | - | 446 |
Dataprev | - | 122 |
TOTAL | 21.570 | 59.891 |
Empresas fecharam 21 mil postos de trabalho desde o pico de 2013
Desde 2013, quando as estatais federais atingiram o maior número de funcionários em quase duas décadas, praticamente 21 mil postos de trabalho foram fechados, no saldo entre contratações e demissões ou aposentadorias.
Segundo o mais recente Boletim Estatístico de Pessoal e Informações Organizacionais, do Ministério do Planejamento, em agosto as estatais empregavam 481.469 pessoas, ante 502.226 no fim de 2013.
Queda e ascensão
Em 1991, primeiro ano com informações disponíveis no levantamento, pouco mais de 640 mil pessoas trabalhavam nas estatais federais. O quadro chegou a 643,6 mil em 1993, e a partir de então caiu quase sem interrupções até o fim de 2000, 322,7 mil pessoas estavam empregadas nessas companhias.
Ao longo dos 13 anos seguintes, foram admitidos quase 180 mil funcionários, já descontadas as demissões e aposentadorias.
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