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A pesquisa da FGV revela uma categoria pequena e bem remunerada no Paraná, que só perde para a dos médicos. São os estatísticos. E mesmo no segundo lugar eles levam vantagem. Enquanto os médicos mais bem pagos possuem no currículo cursos de mestrado e doutorado, os estatísticos ganham bem somente com o curso de graduação.

O índice de empregabilidade também é muito grande entre estes profissionais. Segundo a pesquisa, dos 168 que atuam no estado, 94% estão empregados. A média de salário para eles é de R$ 5,8 mil para 47 horas semanais, o que dá um ganho de R$ 20 por hora trabalhada. Em Curitiba a média salarial é ainda maior, de R$ 6.292. É a capital que melhor paga os estatísticos no país (veja tabela ao lado).

Para o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o motivo para a alta remuneração é a falta de profissionais graduados em Estatística no mercado. "Existem poucas faculdades que têm o curso e o mercado está em crescimento. Eu tenho indicado a carreira de estatístico. É a profissão do futuro", diz. Hidalgo é economista, mas diz que, se pudesse voltar no tempo, teria se formado em Estatística.

No Paraná, apenas a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) oferecem o curso. São 106 vagas abertas por ano pelas duas instituições, mas poucos dos que entram conseguem sair. "Dos 66 alunos que entraram comigo no primeiro ano somente 12 continuam estudando", conta Juliane Ferreira, estudante do 3.º ano do curso da UFPR.

A explicação é o alto grau de dificuldade. No currículo estão matérias que já assustam no nome, como "Cálculo com Geometria Analítica", "Inferência Estatística", "Álgebra Linear", "Estatística Não Paramétrica", "Processos Estocásticos", entre outras. "O problema é que os alunos entram sem base, principalmente de matemática. O curso exige uma matemática mais aprofundada, afinal, quem quer ser estatístico precisa gostar de trabalhar com números", conta Ferreira.

Quem estuda Estatística aprende métodos de coleta, análise, interpretação e apresentação de conjuntos de dados numéricos. O profissional organiza e analisa dados quantitativos que levam a previsões confiáveis, em diversas áreas. O mercado de trabalho é bem amplo. As maiores oportunidades são oferecidas pelo serviço público, por empresas de planejamento e de consultoria, institutos de pesquisa, escolas de ensino médio e superior, hospitais, bancos e companhias de seguro, indústrias e outros segmentos que exijam controle estatístico de qualidade.

Muitas indústrias, por exemplo, contratam estatísticos para fazer pesquisas e conhecer o grau de receptividade do público consumidor antes de lançar um produto no mercado.

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