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Produção

Estiagem puxa indústria para baixo

Segmento de bens intermediários foi o que mais prejudicou a produção industrial em setembro | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Segmento de bens intermediários foi o que mais prejudicou a produção industrial em setembro (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

A estiagem que afeta o Sudeste resultou em redução na produção de alimentos e contribuiu negativamente para o quadro geral da indústria brasileira, que sofre, desde o início do ano, com baixo investimento na economia, queda da confiança dos empresários, estoques em alta e freada no consumo.

A produção industrial do país teve queda de 0,2% em setembro ante o mês anterior, interrompendo o movimento de alta registrado em junho (0,7%) e agosto (0,6%), informou a pesquisa de Produção Industrial Mensal, divulgada ontem pelo IBGE.

O resultado ficou abaixo da estimativa dos analistas (de alta de 0,2%) e não foi suficiente para zerar as perdas observadas de março a junho. A produção no acumulado do ano teve queda de 2,9%. Na comparação de setembro com igual período do ano passado, a queda foi de 2,1%.

O principal segmento a puxar o indicador para baixo foi o dos bens intermediários, que incluem alimentos e insumos como peças de metal, petróleo e celulose. A produção de alimentos, que tem um dos maiores pesos do indicador, teve impacto negativo da estiagem e recuou 4,1% em setembro ante agosto. A safra de açúcar, adiantada por conta da seca, rendeu menos neste ano.

Já a produção de veículos, que acumula a pior queda entre os ramos investigados pelo IBGE no ano, de 18,1%, teve recuperação de 10,1% em setembro frente a agosto. O resultado foi, porém, insuficiente para repor as perdas.

A comparação de setembro com igual período de 2013 mostra que houve quedas expressivas nos bens de capital (7,9%), que são as máquinas e equipamentos, e também nos bens de consumo duráveis (7,3%), que são eletrodomésticos e carros.

Reversão é difícil

O economista-chefe do Banco Fator, José de Lima Franco Gonçalves, afirma, em relatório, não acreditar que a indústria dê sinais de melhora. "Não há nenhuma sinalização clara de reversão desta situação. Pesa também o início de um novo ciclo de alta dos juros iniciado pelo Copom [Comitê de Política Monetária] na reunião da semana passada. As perspectivas para a já fraca atividade no país não são animadoras."

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