No momento em que o mundo se questiona sobre seu futuro, a zona do euro, o grupo de países da União Europeia que adota a moeda única, ganha neste sábado (1º) seu 17.º membro - e melhor aluno. A Estônia, dona das melhores estatísticas econômicas do continente, adota em 2011 a divisa, dando de ombros para o mercado financeiro e para a ameaça de insolvência que rondou países como Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal em 2010.

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A adesão era esperada como um passo natural pelo 1,3 milhão de habitantes do país desde sua integração à União Europeia, em 2004. A perspectiva era então de obter ganhos com a substituição da fraca coroa pelo euro, à época uma moeda de estabilidade incontestável nos mercados financeiros internacionais. Para tanto, o país se preparou: seu déficit público fechou 2009 dentro das normas do Pacto de Estabilidade - 1,7%, contra 3% exigidos - e a relação dívida-Produto Interno Bruto (PIB) é uma das mais baixas do bloco, 7,2%, contra 60% de máximo exigido.

O desempenho rendeu ao país elogios do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e o apelido de "tigre báltico" - já dado à Irlanda, o "tigre celta", hoje quase falido. Apesar do bom desempenho, o governo da Estônia não parece satisfeito e projeta mais crescimento econômico com o euro. "O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que a passagem ao euro deve acelerar o crescimento de 0,15% a 1% por ano nos próximos 20 anos", afirmou na semana passada o ministro da Economia do país, Juhan Parts.

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A expectativa se baseia no fato de que o comércio exterior da Estônia é dependente da União Europeia, que absorve 80% da balança. A esperança do governo também é de que o nível de emprego seja elevado, já que o mercado livre, somado à moeda única, tenderia a fomentar o comércio e o emprego industrial, além do turismo.