
Com o aumento de 6,6% na produção de veículos em maio ante abril, os estoques na indústria e nas concessionárias cresceram 26%. O número atingiu 34 dias corridos considerando o ritmo de vendas naquele mês , ante 27 em abril, representando 289.346 unidades. "É um nível aceitável, que dá maior flexibilidade para a escolha do consumidor", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, citando cores e acessórios. Apesar de reiterar que este não é um patamar exagerado, o executivo disse que "o ideal seria zero".Em março, essa quantidade havia chegado a 18 dias, devido à corrida dos consumidores às concessionárias para aproveitar o último mês de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido. O patamar registrado no mês passado, de 34 dias, é semelhante ao registrado em maio de 2005 e de 2006, mas abaixo dos estoques nos últimos três anos todos na casa dos 20 dias.
Emprego
Sobre a quantidade de empregos nas montadoras, que retomou o patamar pré-crise no mês passado, com 113.286 funcionários, Belini disse que "o nível deve se manter", considerando uma produção esperada de 3,39 milhões de unidades em 2010 e 3,4 milhões em vendas no mercado interno. No confronto com abril, houve 658 contratações. Em outubro de 2008, quando houve o agravamento da crise, o setor tinha 113.127 funcionários.
Para o executivo, o número poderia crescer se houvesse mais contratações na indústria de caminhões. "O que define [o aumento no nível de emprego] é o nível de atividade econômica", afirmou. A isenção de IPI para o segmento acaba neste mês, mas a Anfavea está em negociação com o governo federal para prorrogar o incentivo fiscal.
Fábio Romão, da LCA, destaca que, na média, o setor industrial recuperou o nível de emprego já em abril. Além de ganhos de produtividade, o economista avalia que as montadoras são mais afetadas pela confiança do consumidor e pelo crédito e agora estão de olho na elevação da taxa de juros e na desaceleração da economia.
Aço
Sobre o aumento do aço, o presidente da Anfavea voltou a afirmar que há aumento nos custos para a indústria, "mas cada montadora vai decidir sobre o repasse ao consumidor". Com as exportações ainda abaixo dos níveis de 2008 apesar do crescimento de 78,6% registrado nos cinco primeiros meses de 2010, ante 2009 , Belini ressaltou que o aumento de custo não é benéfico para a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
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