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Álcool

Estoque regulador é a melhor saída

Uma das questões mais polêmicas no mercado do álcool combustível é a definição sobre quem – governo ou setor privado – deve operar os chamados estoques reguladores, que poderiam limitar o vaivém dos preços. Adriano Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), defende que o governo federal utilize os recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), criada em 2001, para manter os estoques.

"É incumbência do governo regular o mercado. Mas no ano passado, quando o produtor vendeu o litro a R$ 0,60, com prejuízo, ninguém reclamou como agora, que os preços subiram", afirma Dias, que estima que somente a compra de matéria-prima custe R$ 0,45 para cada litro de álcool produzido. "Durante a safra, o governo deveria comprar álcool e formar estoque. Na entressafra, entraria no mercado vendendo o combustível e evitando aumentos", afirma Dias.

Para Roberto Fregonese, presidente do Sindicombustíveis-PR, a proposta é "esdrúxula". "Não podemos passar mais essa atribuição para um ente incompetente, que é o governo", diz. "Estocagem é tarefa do produtor e do distribuidor."

A discussão foi abordada em um recente artigo do pesquisador Sérgio Alves Torquato, do Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo. Ele lembra que, do lado privado, os estoques são importantes para garantir o abastecimento dos mercados interno e externo durante a entressafra, mantendo a credibilidade junto aos importadores e consolidando o álcool como uma commodity.

"Por outro lado, o governo tem interesse de que se mantenham estoques reguladores para que não haja grandes oscilações nos preços", afirma Torquato. O problema, segundo ele, é que em uma atividade marcada pela sazonalidade da oferta e numa economia de juros altos "existe enorme limitação de custos financeiros para operar estoques reguladores, pois não há agente econômico que queira carregar estoques." (FJ)

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